... por conta do livro que estou relendo e da terapia que retomei:
QUANDO NIETZSCHE CHOROU
- aff, enton tu me acha tão cabeça dura assim?
- vc é brilhante, querida. Quando cuida dos outros.
Taquipariu. E a gente ainda paga pra ouvir isso!
O livro agride, tá? Agride pq eu sou um cadim de cada um das personagens. Sou o cabeça dura do Nietzsche e sou o Breuher a beira de um surto. Sou o Freud que desconfia de motivações apenasmente conscientes. Sou Lou Salomé no seu absoluto domínio de si e Bertha em sobrevida lunática.
Como Nietzsche, também acho que os medos não brotam das trevas... eles são como estrelas, estão sempre ali, obscurecidos pelo clarão do dia;
Como Lou Salomé, também espero o dia feliz em que nem o homem nem a mulher sejam tiranizados pelas fraquezas mútuas;
Como Breuer, também acredito que todos precisam amar uma alma rica e ousada pelo menos uma vez na vida;
Como Freud, também acho difícil analisar a própria psique, o que seria obviamente facilitado por um guia objetivo e informado;
Como Bertha, não consigo falar meu próprio idioma.
Como pode caber tanta gente numa mesma pessoa? E eu, o que sou no meio disso tudo? Até quando eu vou ser assim, cheia de perguntas inúteis?
Pra vcs algumas pérolas que
"... Desespero é o preço pago pela autoconsciência..."
"Nossa responsabilidade para com a vida é criar o superior e não reproduzir o inferior"
"Qto mais fértil o solo, mais imperdoável é o fracasso em cultiva-lo"
"Talvez viver de maneira segura seja perigoso. Nosso maior desafio é viver a despeito desse fardo."