12 junho 2011

O SAPO E O ESCORPIÃO

Era uma vez um sapo e um escorpião que estavam parados à margem de um rio.

- Você me carrega nas costas para eu poder atravessar o rio? - perguntou o escorpião ao sapo.

- De jeito nenhum! Você é a mais traiçoeira das criaturas. Se eu te ajudar, você me mata em vez de me agradecer.

- Mas se eu te picar - respondeu o escorpião com uma voz terna e doce - morro também. Me dê uma carona. Prometo ser bom, meu amigo sapo.

Confiando na lógica do escorpião, o sapo concordou e o levou nas costas.

Durante a travessia do rio, porém o sapo sentiu a picada mortal do escorpião.

- Por que você fez isso, escorpião? Agora nós dois morreremos afogados! - disse o sapo.

E o escorpião simplesmente respondeu:

- Por que esta é minha natureza, meu amigo sapo. E eu não posso mudá-la.


Eu tenho vocação pra sapo. Sou justa, lúcida, razoavelmente solidária e desgraçadamente crédula (modesta também, como se pode perceber!)

Tem lá sua beleza, claro. Mas depois de mais uma picada de escorpião eu tô pedindo arrego:

Oração da Moribunda Envenenada

Pai, se é da minha natureza ser tão idiota enton eu te peço mais um anjo de guarda. Um só não tem dado conta de me proteger nem de mim mesma nem dos escorpiões.

Com os bichinhos de verdade é fácil, basta manter distância ou pisar em cima. Mas com esses metafóricos eu sou obrigada a admitir que não sei o que fazer. AMÉM