30 novembro 2005

CHEIO DE VERDADE...


Já tinha lido o texto e esse q recebi hj, pela 4ª vez, está mutilado. Mtos fwd, tadinho! [Eu acho q a mulherada foi cortando aki e ali p/ caberem nas entrelinhas... rs] Mas ainda tem as coisas q eu msma diria, se tivesse talento:


"Não ligo muito para bunda de homem. Também não sou aficcionada por mãos. A parte do corpo do homem que mais me agrada anda meio desprezada hoje em dia. É um canto onde só quem ama tem acesso e apenas quem não tem medo de sua própria vulnerabilidade, usa. Visível para qualquer um, mas que quase ninguém nota.

Sempre achei sexo algo descomplicado e espontâneo mas não considero a transa o momento máximo de entrega entre duas pessoas - se fosse, qualquer relação de prostituição seria amor. A maior intimidade que um casal pode conquistar não requer nudez, gemidos ou penumbra. Ela fica disponível, esperando ser requisitada, exatamente no lugar que mais me atrai na solidez corpórea de um homem.

Não me apaixonei muito na vida apesar das possibilidades de paixão terem sido grandes. Só depois de terminados o ardor e o desespero que sempre vêm atrelados a esse sentimento difícil, compreendi o porquê ter me perdido em outra pessoa em tão raras ocasiões: só eles, esses poucos amores, me deram voluntariamente o que eu sempre precisei (e preciso até hoje), se deram conta dessa necessidade que passa longe do interesse no limite do cartão de crédito e que não tem vínculo algum com brilhantes elucubrações e incontestáveis demonstrações de saber. Só eles notaram ser essencial deixar essa pequena área sempre à disposição porque quando os momentos difíceis nos alcançam, ou os bons, é sempre no resguardo desse canto que eu repousava minha aparente força, chorava de alegria, me abandonava de cobranças e medos.

Para mim, a intimidade se faz real quando me aninho mansamente no espaço macio entre o pescoço e o peito dele e apenas fico ali, sem necessidade de palavras. Intimidade é o momento no qual silencio a mente (e o mundo) e repouso a cabeça no meu porto-seguro, na parte mais fascinante e suave do corpo masculino: o ombro do homem que amo."
*

* Ailin Aleixo


Um comentário:

Anônimo disse...

Muito delicado e inteligente. Ótima escolha de texto!!