26 junho 2008

(...)

Tá certo que o nosso mau jeito foi vital pra dispensar o nosso bom
O nosso som pausou

E por tanta exposição a disposição cansou, secou da fonte da paciência

E nossa excelência ficou lá fora

Soluçao é a solidão de nós...

E quem diria que ia ser tão difícil me conformar com isso? tsc Logo eu, tão pragmática, tão lúcida... E quem diria que nossas delicadezas de mamute caberiam nas entrelinhas d' O Teatro Mágico? É o fim do mundo, só pode.

A conta da saudade quem é que paga?
Já que estamos brigados de nada, já que estamos fincados em dor

Lembra: o que valeu a pena foi nossa cena não ter pressa pra passar...


19 junho 2008

RESSUSCITANDO MEMES...

Alguém me mandou fazer isso certa vez... A idéia era usar músicas pra falar de si mesmo. (muito difícil pra mim, vcs nem avaliam hohoho)

Ia ser muito óbvio usar Cazuza, Frejat ou Nando Reis, enton bora lá de Ana Carolina, que ela dá conta de mim, igualmente:

Descreva-se:
Será que ela é louça? Será que é de éter? Será que é loucura? Será que é cenário a casa da atriz?

O que as pessoas acham de você?
Ela é marrenta e brava.

Descreva seu último finado relacionamento amoroso:
A vida presa num barbante e eu quem dava o nó.

Descreva sua atual relação amorosa:
Eu quero pra vc o melhor de mim.

Onde queria estar agora?
Em qualquer lugar de onde eu pudesse ver as tais águas que me querem levar pra longe...

O que pensa a respeito do amor?
O amor talvez seja uma coisa que até nem sei se precisa ser dita.

Como é sua vida?
Por mais que eu durma eu não descanso, por mais que eu corra eu não te alcanço mas não tem jeito eu não sei como esperar. Desesperar tb não vou.

O que pediria se pudesse ter apenas um desejo?
Que eu nunca precise comprar um moleton por falta de abraço.

Escreva uma frase sábia:
O tempo faz tudo valer a pena e nem o erro é desperdício.

Agora se despeça:
pessoas queridas,
na pressa a gente nem nota que a Lua muda de formato...tenham sempre olhos pras delicadezas da vida :)

Fiquem a vontade, sim? Sabemos que memes e quest´s salvam nossos blogs da falta de coisas publicáveis pra dizer.

12 junho 2008

CICLO SECO

Todo mundo conhece ciclo seco, a maioria até já passou por ele. Alguns mesmo vivem desde sempre dentro dele, achando que isso é vida e eternizando o que, por ser ciclo, deveria também ser transitório. É preciso acreditar que passa, embora quando dentro dele seja difícil e quase impossível acreditar não só nisso, mas em qualquer outra coisa. Não que ciclo seco não tenha fé, o que acontece é que não podendo ver o que não é visível, fica limitado ao real.

Antes de ir em frente, é importante dizer que ciclo seco nada tem a ver com as estações do ano. É coisa de dentro do humano, não de fora, e justamente por isso não tem nenhum método: vem quando não é esperado e vai quando não se suspeita. Ciclo seco não desaba de repente sobre alguém; chega aos poucos, insidioso, lento. Quando se percebe que se instalou, geralmente é tarde demais. Já está ali. É preciso atravessá-lo como a um deserto, quando se está no meio e a água acabou. Por ser limitado ao real, o ciclo seco jamais considera a possibilidade de um oásis ou de uma caravana passando. Secamente, apenas vai em frente.

Porque o real do ciclo seco são ações, não pensamentos nem imaginações. Tanto que, visto de fora, não é visível nem identificável. Não se confunde com “depressão”, quando você deixa de fazer o que devia, ou com “euforia”, quando você faz em excesso o que não devia. Em ciclo seco faz-se exatamente o que se deve ou não, desde escovar os dentes de manhã ou beber um uísque à tardinha, mas sem prazer. Nem desprazer: em ciclo seco apenas se age, sem adjetivos. A propósito, ciclo seco não admite adjetivos — seco é apenas a maneira inexata de chamá-lo para que, dando-lhe um nome, didaticamente se possa falar nele.

E deve-se falar dele? Quero supor, entusiástico, que sim. Mas não tenho certeza se dar nome aos bois terá alguma serventia para o dono dos bois ou sequer para os próprios bois — e essa é uma reflexão típica de ciclo seco. Mas vamos dizer que sim, caso contrário paro de escrever já. E falando-se dele, diga-se ainda que ciclo seco não é bom nem mau, feio ou bonito, inteligente ou burro (...) embora possa dar uma impressão errada a quem o vê de fora, ávido por adjetivar.

Ciclo seco, por exemplo, não se interessa por nada. Pior que não ter o que dizer, ciclo seco não tem o que ouvir, compreende? Fica na mais completa indiferença seja ao terremoto no Japão ou à demissão de Vera Fischer. No plano pessoal, tanto faz ler ou não ler um livro, ir ou não ao cinema — ciclo seco é incapaz de se distrair, de se evadir. Fica voltado para dentro o tempo todo, atento a quê é um mistério, pois que pode um ciclo seco observar de si mesmo além da própria secura, se não há sequer temporais, ventanias, chuvaradas? Nesse sentido, ciclo seco é forte, porque nada vindo de fora o abala, e imutável, porque de dentro nada vem que o modifique.

E nesse sentido também é antinatural, pois tudo se transforma e ele não, simulando o eterno em sua digamos, i-na-ba-la-bi-li-da-de. E sendo assim, com alívio vou quase concluindo, pode se deduzir que... Não, não se pode deduzir nada. Só que passa, por ser ciclo, e por ser da natureza dos ciclos passar. Até lá, recomenda-se fazer modestamente o que se tem a fazer com o máximo de disciplina e ordem, sem querer novidades. Chatíssimo bem sei. Mas ciclo seco é assim mesmo.

Todo mundo tem os seus, é preciso paciência. E contemplá-lo distante como se se estivesse fora dele, e fazer de conta que não está ali para que, despeitado, vá-se logo embora e nos deixe em paz? Eu, francamente não sei. Ainda mais francamente, nem sequer sinto muito.
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Caio Fernando Abreu em "Pequenas Epifanias"

05 junho 2008

EU

Eu quero: Acreditar que exista alguém tão perdido qto eu, que a gente vai se encontrar e que as coisas vão ficar mais fáceis.
Eu tenho: Dúvidas, muitas.
Eu gostaria de ter: mais audácia, menos senso crítico, mais leveza, menos perguntas... mais e menos, assim, ad infinitum
Eu gostaria de não ter: um superego tão severo, um ego medíocre e um id sem a menor noção de prioridades
Eu acho: Que nunca vou me adaptar... rs
Eu odeio: Injustiças, oportunismo, apadrinhamentos, omissões desnecessárias.
Eu sinto saudades: De tudo! Cheiros, músicas, pessoas, sensações...
Eu faço: Grifo meus livros com um giz de cera vermelho
Eu fiz e não faria de novo: Me envolvi com um homem "impedido"
Eu fazia e deixei de fazer: Respondia TODOS os scraps, comments, SMS´s, ligações e e-mails
Eu escuto: Muito de poucos: das delicadezas d`O Teatro Mágico às verdades cruas do Cazuza.
Eu cheiro: O rastro de perfume que os passantes deixam.
Eu imploro: Por neurônios tão indolentes quanto eu.
Eu pergunto-me: "Que faço da minha vida?" Diariamente tsc
Eu arrependo-me: De tanta coerência.
Eu amo: Muitas pessoas. Algumas devia amar mais, outras menos, e algumas, simplesmente esquecer.
Eu sinto dor: Mensalmente, três dias inteirinhos... muita dor, eu diria.
Eu sinto falta: Do meu pai, sempre. Das minhas certezas, eventualmente. De sintonia, as vezes. De colo, cada dia mais...
Eu sempre: Penso demais e falo demais.
Eu não fico: Completamente em paz.
Eu acredito: Em Deus, na força dos recomeços, em coisas que sobrevivem ao tempo e a distância
Eu danço: Nunca. Defeito de fábrica, sem conserto ou recall.
Eu canto: Gostaria.
Eu choro: Quase nunca quando é preciso, sempre que é desnecessário.
Eu falho: tsc eu falho...
Eu luto: Até o último dia da minha vida, pra ser mais gente.
Eu escrevo: Pra clarear as minhas verdades.
Eu ganho: 23:59' do dia por conta de uma delicadeza de 1'
Eu perco: Tempo com gente que não merece
Eu nunca: Respondo uma pergunta sem fazer pelo menos mais uma.
Eu estou: Tentando, juro.
Eu sou: Uma pergunta kakaka
Eu fico feliz: Quando alguém me segue em meus labirintos e me encontra \o/
Eu tenho esperança: De que um dia as coisas façam mais sentido pra mim.
Eu preciso: de reciprocidade.
Eu deveria: Ser menos covarde.

Misturei dois quest´s: um da Thatiana e outro da Carol