Há tempos que feriado não me afeta em nada, pois meus dias são um longo e preguiçoso sábado... rs Mas enfim, o meu foi overdose de Caio Fernando Abreu + alguns filmes + visitinhas divertidas e inesperadas.
Como não sei o que seria de minhas saudades s/ MSN, domingo de manhã passei a conversar c/ uma das meninas que morou comigo nos bons tempos de faculdade... atualizamos as nossas vidas, desenterramos causos e entre muitas risadas ela me contou que o povo achava que eu era maconheira... hohoho Pelo menos no início. Pq eu ouvia Led, Janis Joplin, Raul, Bob Marley, Rita Lee (mas ouvia TB Falamansa, Beto Guedes, Toquinho & Vinícius e muitas outras coisas) eu tinha uma bolsa escalafobética, vá lá. Tinha também 200 camisetas quinezinhas, variando as cores, tdas apagadinhas como a dona. Mas só. Eita povo que se liga d+ nas aparências... rs
Mas aproveitando tudo fresquinho na cabeça, deixa eu contar uma historinha:
abre parênteses para breve introdução: meu passa-tempo preferido quando estou sozinha, me deslocando de 'algum lugar' pra 'lugar que eu não queria ir' ou 'lugar muito longe' é reparar quem está no caminho. Se for esquisito então, melhor ainda. Fico imaginando como é a vida, o que gosta, que músicas ouve, se podia ser meu amigo... fecha parênteses
Uma dessas figuras que a gente não esquece nunca mais eu conheci assim, de tanto olhar: o meu mulambo. Digo meu pq só eu reparava, pq amigas no geral não servem pra acompanhar investigações muito longas s/ algum interesse escuso.
Então, levei metade do semestre, mas fiquei amiguinha dele e descobri que é de Niterói, se chama Pedro e que morava há anos no alojamento da faculdade s/ estar matriculado em curso algum. Vendia uns penduricalhos na entrada do refeitório, tocava gaita bem pra caralho e reproduzia c/ color jet em camisas de malha o desenho que vc pedisse. Pra mim ele fez um Calvin gritando "tô c/ sono"... lindim. Aliás, ele tb não era feio não, mas pra concluir isso eu precisei imaginar váaaarias vezes aquele cabelo cortado, aquela barba feita e umas roupas só um cadim menos desbotadas.
Vivia matando estágio pra ficar lá, jogando conversa fora. Pedro era um lord. Descamisado, mas era. Nunca interrompia, olhava nos olhos enquanto falava e principalmente quando escutava, nunca falava alto e se alguém fosse reclamar que o anel enferrujou muito rápido, ele sorria e mandava escolher outro. (vcs tb acham que ele tinha outras fontes de renda?)
Durou o tempo suficiente pra gente se divertir a vera num show do Toquinho que rolou no ginásio (que diga-se de passagem, na minha casa c/ 12 habitantes oficialmente, nenhuma boa alma quis me acompanhar!) e dias depois eu descobrir que ele passava o rodo na mulherada como todos os outros. (é que tenho tendência a imaginar que homens bons de papo, educados e c/ algum talento musical sejam + seletivos... não sei de onde tirei isso!) A gente acabou se perdendo de vista pq eu larguei o estágio e não tinha + nada que justificasse minha presença tempo integral na faculdade. Só ia a noite e era pra assistir aula mesmo. Até morei um tempo no alojamento tb, mas o vi raras vezes e não deu pra conversar direito.
Por onde será que ele anda, hein?!