28 setembro 2007

MOMENTO MULEZINHA...


Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate, nem apanha
Por favor, uma emoção pequena

Qualquer coisa,
qualquer coisa que se sinta
Em tantos sentimentos deve ter algum que sirva
Socorro, alguma rua que me dê sentido

Em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada...
Cássia Eller

Coração novo ou uma pequena epifania, mensal e delicada como aquela que eu li dia desses...
(piada nem tão interna assim...rs)

24 setembro 2007

SOBRE MEDOS, PERDAS E OUTROS EXAGEROS

Eu sou exagerada. Over-tudo, como os mais atentos já devem ter percebido. Sou mais disfarço bem. Só transparece msm quando escrevo. Pois bem, estejam cientes, parcos e queridos leitores, que o que segue é fruto de mais um surto sem fundamento algum.

Enton, falei dia desses que andei jogando coisas fora mas ainda não tinha me acostumado né? Na verdade são coisas e pessoas que me faziam mal e eu não tinha me dado conta. Dai que vinda de mim - a que sempre deixa pra amanhã o que deveria ter sido feito anteontem - é pra desconfiar atitude tão enérgica e eficaz. Dai que minha vida sempre brinca comigo, e eis que uma dessas criaturas que limei está d-o-e-n-t-e. Que mais seria preciso pra me pesar a consciência? caraleos...

Agora já estou bem convencida de que não é nada tão grave assim, mas ontem passei um dia de cão só de imaginar a remota possibilidade do ser partir pra terra dos pés juntos. (deixa eu me defender: tenho um atenuante pra tamanha infantilidade. Perdi uma prima por conta de uma cardiopatia, e eu não sabia direito o que o sujeito tinha, e pra mim todas as cardiopatias do mundo podem me levar as pessoas que amo. Resultado: velório antes do óbito.)

Se já me dói horrores perder as pessoas pra vida, perder pra morte me dilacera. Me desacata, me desorienta, me mata um cadim. Eu olha que já até me conformei: tudo passa! Pessoas, no bonde. Umas passam e outras chegam, algumas ficam, outras seguem. Pessoas por uma razão, uma estação ou pra vida inteira, lembram do e-mail? E isso é saudável. Ajuda a gente a dar valor a todas, pq no fim das contas não dá pra saber exatamente quais delas a gente vai ter por mais tempo. Fora uma nostalgia inevitável vez ou outra, não mata, né? Isso é o que eu chamo de perder pra vida.

Mas qdo perco alguém pra morte, não me recupero nunca mais. Sangraria ad eternum... Acho que se não fosse ao enterro, passaria o resto da vida dizendo pra mim msma que "fulano está viajando", sabe como? Eu não aprendi a viver o luto. Sigo enganando as lembranças até a coisa doer em paz. Mas c/ a sensação de perda, do "nunca mais poder", das perguntas que não tem resposta aki nesse plano, c/ isso sei lidar não.

ok, o cretino não vai mais morrer. Pelo menos nada indica isso no momento. Voltemos a programação normal. E rápido, que eu já não tenho mais idade pra esses sustos.

merdadesensibilidadequenãoservepranada!

20 setembro 2007

- Estranho é que eu não escolhi. Não consigo precisar o momento em que escolhi. Nem isso, nem qualquer coisa, nem nada. Foram me arrastando. Não houve aquele momento em que você pode decidir se vai em frente, se volta atrás, se vira à esquerda ou à direita. Se houve, não lembro. Tenho a impressão que a vida, as coisas foram me levando. Levando em frente, levando embora, levando aos trancos, de qualquer jeito. Sem se importarem se eu não queria mais ir. Agora olho em volta e não tenho certeza de gostaria mesmo de estar aqui. Só sei que dentro de mim tem uma coisa pronta, esperando acontecer. O problema é que essa coisa talvez dependa de uma outra pessoa para acontecer.

- Toque nela com cuidado. Senão ela foge.

- A coisa ou a pessoa?

- As duas.

[recorte - Pela Noite, Caio Fernando Abreu em "Triângulo das Águas"]

18 setembro 2007

Dai que , tri amada, certifica que o rascunho é um bom momento virtual. Enton tá, né?


Dai que estou na fase II de uma puta ressaca moral: vergonha já passou faz tp e estou cá me lamentando pelo que deixarei de fazer por conta do que fiz e não devia (entendem? hohoho)

Dai que já li quaaaase 4 livros e ainda não sei o que dizer sobre Caio Fernando Abreu. O homem é foda, sem dúvidas, mas seus contos são tristinhos, tristinhos. Eu gosto pq é daquelas coisas que tu tá lendo, tentando acompanhar a viagem e de repente lhe saltam aos olhos uma frase que te sacode, sabe como? E não gosto pq parece que nada tem salvação nesta vida... tsc Ainda assim, tô precisando de mais 2: Morangos Mofados e Pequenas Epifanias. Alguém se habilita?

Dai que tô com saudade de uma certa calçada de Ipanema... de umas certas pessoinhas que amo de um jeito quase inexprimível, de tão gratuito.

Dai que andei jogando tanta coisa fora e embora a casa tenha ficado bem melhor assim, ainda não me acostumei... droga!

Dai que estou pensando em várias coisas mas não consigo ordena-las inteligivelmente...

15 setembro 2007

PERFEIÇÃO


Venha meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão

Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça:
Venha, que o que vem é perfeição




N.A.: Sim, eu vi Som Brasil ontem!!!!

13 setembro 2007

HUMANA, DEMASIADA HUMANA

Sou simples e complicada,
Amorosa e direta

Às vezes acho que nasci no lugar errado
No tempo errado
Na vida de outra pessoa
Às vezes acho que não pertenço a este lugar

Acho que penso demais
Sorrio demais
Choro demais

Sempre prevejo o futuro
Sofro por antecedência
E acho por "bem" adivinhar pensamentos alheios
Tenho mil informações em minha cabeça
Tenho boa memória
Mas muitas vezes estas informações não valem nada
Às vezes gostava de ser mais simples
Contentar-me com pouco

Acho que sei muito
Mas ao fim não sei nada
Tudo que sei não me ajuda a ter soluções

Não sei fingir simpatia
Ser agradável a quem não gosto
Dizer coisas que não sinto

Amo,
Mas não sei se amo certo
Porque dizem que existe um modo certo de amar. Será ?
Todos os dias acordo
E todos os dias acho que recomeço a viver...

Todos os dias...

by Ana D

11 setembro 2007

ORAÇÃO DOS ATORMENTADOS



... Meu Deus, não sou muito forte, não tenho muito além de uma certa fé — não sei se em mim, se numa coisa que chamaria de justiça-cósmica ou a-coerência-final-de-todas-as-coisas. Preciso agora da tua mão sobre a minha cabeça. Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. Que eu continue alerta. Que, se necessário, eu possa ter novamente o impulso do vôo no momento exato. Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor. Que meus olhos saibam continuar se alargando sempre...


Caio Fernando Abreu, em "Ovelhas Negras"

10 setembro 2007

BOAS LEMBRANÇAS

Há tempos que feriado não me afeta em nada, pois meus dias são um longo e preguiçoso sábado... rs Mas enfim, o meu foi overdose de Caio Fernando Abreu + alguns filmes + visitinhas divertidas e inesperadas.

Como não sei o que seria de minhas saudades s/ MSN, domingo de manhã passei a conversar c/ uma das meninas que morou comigo nos bons tempos de faculdade... atualizamos as nossas vidas, desenterramos causos e entre muitas risadas ela me contou que o povo achava que eu era maconheira... hohoho Pelo menos no início. Pq eu ouvia Led, Janis Joplin, Raul, Bob Marley, Rita Lee (mas ouvia TB Falamansa, Beto Guedes, Toquinho & Vinícius e muitas outras coisas) eu tinha uma bolsa escalafobética, vá lá. Tinha também 200 camisetas quinezinhas, variando as cores, tdas apagadinhas como a dona. Mas só. Eita povo que se liga d+ nas aparências... rs

Mas aproveitando tudo fresquinho na cabeça, deixa eu contar uma historinha:

abre parênteses para breve introdução: meu passa-tempo preferido quando estou sozinha, me deslocando de 'algum lugar' pra 'lugar que eu não queria ir' ou 'lugar muito longe' é reparar quem está no caminho. Se for esquisito então, melhor ainda. Fico imaginando como é a vida, o que gosta, que músicas ouve, se podia ser meu amigo... fecha
parênteses

Uma dessas figuras que a gente não esquece nunca mais eu conheci assim, de tanto olhar: o meu mulambo. Digo meu pq só eu reparava, pq amigas no geral não servem pra acompanhar investigações muito longas s/ algum interesse escuso.

Então, levei metade do semestre, mas fiquei amiguinha dele e descobri que é de Niterói, se chama Pedro e que morava há anos no alojamento da faculdade s/ estar matriculado em curso algum. Vendia uns penduricalhos na entrada do refeitório, tocava gaita bem pra caralho e reproduzia c/ color jet em camisas de malha o desenho que vc pedisse. Pra mim ele fez um Calvin gritando "tô c/ sono"... lindim. Aliás, ele tb não era feio não, mas pra concluir isso eu precisei imaginar váaaarias vezes aquele cabelo cortado, aquela barba feita e umas roupas só um cadim menos desbotadas.

Vivia matando estágio pra ficar lá, jogando conversa fora. Pedro era um lord. Descamisado, mas era. Nunca interrompia, olhava nos olhos enquanto falava e principalmente quando escutava, nunca falava alto e se alguém fosse reclamar que o anel enferrujou muito rápido, ele sorria e mandava escolher outro. (vcs tb acham que ele tinha outras fontes de renda?)

Durou o tempo suficiente pra gente se divertir a vera num show do Toquinho que rolou no ginásio (que diga-se de passagem, na minha casa c/ 12 habitantes oficialmente, nenhuma boa alma quis me acompanhar!) e dias depois eu descobrir que ele passava o rodo na mulherada como todos os outros. (é que tenho tendência a imaginar que homens bons de papo, educados e c/ algum talento musical sejam + seletivos... não sei de onde tirei isso!) A gente acabou se perdendo de vista pq eu larguei o estágio e não tinha + nada que justificasse minha presença tempo integral na faculdade. Só ia a noite e era pra assistir aula mesmo. Até morei um tempo no alojamento tb, mas o vi raras vezes e não deu pra conversar direito.

Por onde será que ele anda, hein?!

06 setembro 2007

MAIS UMA...

Sim, queridos, mais uma corrente... o que seria desse rascunho sem Jana pra me passar esses troços? Dessa vez tem que listar 10 coisas que irritam, mas como já andei escrevendo sobre isso (e já prevendo a dificuldade em não me repetir) resolvi dividir, ok? Tai, 5 coisas que me gastam:

N A S P E S S O A S:

Distâncias desnecessárias: falei alguma coisa que doeu? fiz alguma errada? não fiz o que era esperado? ME CONTE, que minha bola de cristal quebrou! Até pra eu poder pedir desculpas.

Futilidade: papinho de salão, sabe como? TV Fama, Revista Caras, coluna social... gente rasa, horizontes estreitos, falsidade.

Papo Monossilábico: se está com preguiça de falar, se despeça (por incrível que pareça há seres neste mundo que não sabem dizer tchau) e vá embora. Se for no MSN, é só dizer que está ocupado e pronto.

Memória Ruim: esquecem de devolver livros e DVD`s, esquecem de responder e-mails/scraps, esquecem de dizer "obrigado", "por favor", "dá licença" etc... esquecem o que ouviram, o que falaram, o que prometeram... aff, detesto tudo isso!

"Não sei": habitualmente não saber me irrita por si só. Mas gente que diz que não sabe por preguiça de pensar e/ou pra não se envolver com o assunto me irrita3

E M M I M:

Objetividade cortante: é automático quase, mas acabo escolhendo o jeito mais claro (e indelicado) de dizer as coisas.

Talento p/ más escolhas: sempre me interesso pelos seres complicados. Tipos estranhos, reticentes e confusos me apetecem mais. tsc

Inconstância: tenho sérias dificuldades com a continuidade... rs No geral, meus sentimentos - bons e maus - são intensos, mas transitórios d+ pro meu gosto.

Racionalismo: preciso aprender que nem sempre as coisas tem explicação razoável, não adianta procurar.

Dificuldade em aceitar as coisas como elas são: vivo pagando de "carpinteiro do universo" por conta disso!

04 setembro 2007

BENDITAS REPRISES!

Revi "Amor Além da Vida" no fds e, além do céu de tinta acrílica - da adorável possibilidade de personalizarmos o nosso - e do inferno como opção pr´os obstinados em não des-culpar, uma frase me agrediu dessa vez:

as vezes quando a gente ganha, a gente perde...
Perder pra ganhar já é um paradoxo relativamente familiar. Até escrevi sobre isso. Mas o oposto, não tinha percebido ainda, mas também é. Semana passada mesmo eu pude constatar - e lamentar com todas as fibras do corpo - que passei meses e meses ganhando em civilidade e cretinamente perdendo em amor próprio... tsc

Não seria nada difícil listar aki algumas vezes que ganhei na argumentação e perdi na delicadeza. Ganhei a piada e perdi o amigo, sabe como? Enquanto escrevo, estou lembrando que numa mesma situação, pelo mesmo motivo, ganhei a confiança de uma pessoa e perdi a de outra. Olha que coisa doida!

Over pensante que sou, impossível não lamentar as vezes que por polidez, respeito, escrúpulo, timidez (e seja lá que nome mais se dê quando a gente não faz o que é pra fazer e ainda paga de educadinho) ou por vergonha, má vontade, orgulho... perdi a oportunidade de fazer algum bem real às outras pessoas. Ou, pelos mesmos motivos, à mim mesma, que afinal de contas eu mereço, né?

E quanto aos caprichos, às "precisâncias" urgentíssimas, que julguei merecer ganhar? Quero nem pensar no que perdi por conta delas... rs

Tá vendo como é bom comprar DVD pirata?

02 setembro 2007

VEM COMIGO!!!!


Bebe a saideira que agora é brincadeira ninguém vai reparar
Já que é festa, que tal uma em particular?
Há dias que eu planejo impressionar você, mas eu fiquei sem assunto
Vem comigo, no caminho eu explico
Vem comigo vai ser divertido, vem comigo
Vem junto comigo eu quero te contaminar
De loucura até a febre acabar
Há dias que eu sonho beijos ao luar
Em ilhas de fantasia
Há dias com azia o remédio é teu mel,
Eu sinto tanto frio, no calor do Rio
Já mandei olhares prometendo o céu
Agora eu quero no grito, vem!!!