31 maio 2010

PERTO DEMAIS

Dizem que intimidade é uma merda e as vezes é mesmo. Mas em outras tantas - e não poucas! - é justamente ela que abre caminho pro delicado da vida...

Ontem Biel veio me ver. Biel mora em BH e sempre que está na terrinha faça chuva ou faça sol ele vem me ver. Sagrado. Quase um ritual. Sem obrigação alguma, pelo simples prazer de estar. 

Ele vem, me diz o que anda lendo; me conta algum surto de mau-mocismo (invariavelmente provocado pelo mau atendimento prestado por alguma loja/empresa: ele tem um pára-raios para problemas dignos de PROCON); me dá notícias da vó; pergunta sobre alguns conhecidos em quem nunca mais pousamos os olhos... eu lhe conto dos meus enguiços & achismos e quando nos damos conta já se passaram hooooras!

Ontem não foi diferente. Fora um detalhe que, aliás, se não escrevesse me escaparia: estava eu repassando os fatos novos da minha historinha novelesca quando pisca a janelinha do MSN. Era cabeça de bacalhau - a quem não via há uma semana e tinha uma vaga esperancinha de ver ainda aquela noite.

Não me ocorreu conversar com ele. Resmunguei mentalmente um "mas isso são horas, seu feladaputa?!" e só. Eu que acho o fim do mundo ter visita e ficar no tel. mais do que o extremamente necessário, nunca-jamais-em-tempo-algum ia pedir licença a Biel pra papear no MSN, nem se fosse com sua Santidade.

Mas era o meu cabeça de bacalhau, né? Precisava pelo menos digitar um "a gente se fala daqui a pouco, estou com visitas" Enquanto fazia isso, Biel se despediu com a placidez de anjo que lhe é peculiar (bem, que é peculiar pelo menos a maior parte do tempo rs) me deixou uns livros e se foi.

Sem melindres, sem crise. Não fiquei com vergonha e tenho absoluta certeza que ele não se sentiu preterido. Antoine de Saint de Exupery diz que
existe uma altitude de relações onde o reconhecimento perde todo o sentido. É o nosso caso. Nossa amizade se eleva sobre os imperativos do aqui-agora e sobrevive, ilesa, há meeeeeses sem contato.

No mesmo livro aprendi que a verdade é o que simplifica o mundo e não o que gera o caos. Biel e eu estamos treinando...



24 maio 2010

SUBMISSION

Esse curta de apenas 10 min. custou a vida do cineasta Theo Van Gogh. Foi assassinado numa manhã de 2004 em Amsterdã por um jovem muçulmano indignado com as verdades do Alcorão expressas sem a devida deferência.

Tive a sorte de nascer no Brasil, um país cheio de defeitos mas poupado da desgraça que é fundamentalismo religioso. Por aqui mata-se por ninharia como em qualquer lugar do mundo, mata-se por covardia, por desespero, por despreparo... mas não em nome de Deus. Por aqui os falsos deuses atendem por vários nomes, nomes próprios. Quase todos tem CPF. Alguns até CNPJ!

O Islã me intriga mais até do que o Judaísmo. O Deus dos judeus nem sempre é pai. Mas parece-me que o dos muçulmanos nunca é. (manda a verdade que se diga: num passado nem tão pretérito assim, o Deus dos católicos também não parecia ser... tsc)

Em nome de Allah milhões de homens e mulheres vivem encerrados na mais completa ignorância, praticando uma fé farisaica, limitante, irracional até. E o pior: a grande maioria jamais vai se dar conta disso!

Em nome de Allah povoados inteiros se conformam com o seu atraso, justificam sua crueldade sem nome, reincidindo geração após geração nos mesmos erros.

Não é possível que isso seja vontade de Deus! Não é.

O documentário tem os dez dedos de Ayaan Hirsi Ali, uma somali que se refugiou na Holanda. Ela também foi condenada pelo mesmo "crime" de Theo. Sua sentença de morte foi cravada no peito do cineasta sob a ponta da faca que o degolou! O objetivo de Submission era chamar a atenção para a indigência em que vivem boa parte das mulheres muçulmanas. Válido, claro. Qualquer dedo de se mova já é alguma coisa. 




G-e-n-i-a-l tatuar frases do Alcorão no corpo de uma mulher velada com uma burca transparente! A imagem tem força própria! Se o filme não tivesse sequer uma frase ainda assim seria eloquente!

Como não-muçulmana, o que achei lamentável foi essa mulher se dirigir a Allah acreditando mesmo que é Ele quem a sujeita dessa forma.

"O veredicto que matou minha fé no amor está em seu livro sagrado!"

Tristíssimo.

13 maio 2010

O MELHOR MÉTODO ANTICONCEPCIONAL DO MUNDO

A Época publicou uma matéria com esse título dia desses.

Alguém criou um blog pra publicar as capetices que suas crianças já aprontaram e Letícia Sorg especula em seu texto que talvez depois de ver tantas lambanças as mulheres pensem melhor antes de engravidar... pelo nome e pelo pouco que entendi, a idéia é mostrar o $ prejuízo $ que é ter filhos...

Fui lá e me acabei. Gentem, não é possível que crianças façam tanto estrago!!! rs Se as legendas eram tão boas quanto as fotos jamais saberei pq eu não sei lhufas de inglês, mas não tenho dúvidas que os pais que enviam essas fotos também se divertem muito.

Tá bom, é engraçado. Mas deve dar uma vontadinha de chorar a pessoa se distrair um pouquinho e encontrar isso:





Vamu combiná? Onde estavam os pais dessas criaturas? Na hora exata da façanha, claro, estavam bem longe. Mas e antes? E depois?

Dani disse que "essas coisas acontecem em um minuto" e eu acredito. Mas pelo que ouço por ai parece que há uma certa vaidade - ou mau hábito arraigado - de alguns pais em dizer que suas crianças são impossíveis. Há também aquela raça que acha que educar é tarefa da escola. Fora aqueles que mesmo adultos ainda precisam que alguém lhes imponha os limites... a pobre criança, vítima de pais assim, pode agir diferente?

Overpensando: achando muito normal & engraçadinho dizer que meus-filhos-me-arruinaram a humanidade caminha pra onde?

(tá, meio ranzinza o texto... mas enfim)