13 novembro 2009

PROVA DE AMOR?

Domingo passado eu vi 2 filmes: uma animação de massinha (Mary & Max. Tristinho que só, mas mesmo assim eu gostei) e My Sister's Keeper.

O segundo além de salvar o dia e ser mais um desses filmes "baseados nos meus achismos reais" ainda me ajudou a decidir que definitivamente não quero exorbitâncias para tentar me manter viva. Qdo chegar minha hora, me deixem, que eu sigo com os anjos. Pro caso d´eu ficar inconsciente: eu não quero vegetar. Desliguem os aparelhos sem choro nem velas, combinado? (Talinha, vc está oficialmente incumbida de lembrar minha família se for necessário!)

Pq isso agora? Bem, o filme é sobre a obstinação de uma mãe em prolongar a vida de sua filha que tem leucemia. Como transplante de medula era uma boa tentativa, ela engravidou de novo pro bb poder ser um doador. Dai que o bb cresceu e exigiu o direito de dispor sobre o seu próprio corpo (que durante 13 anos foi submetido à cirurgias e transfusões e estavam cogitando a doação de um rim!) Só conto até aqui. rs

Dai que já gastei muita massa cinzenta pensando que o homem inventou meios artificiais de sobre-vida para mais tarde pleitear na justiça o direito de executar uma sentença que a vida já tinha dado. Como diria Sinhá Baby, muito estlanho...

Não é de hoje que os homens brincam de ser Deus:

dos cientistas que anunciam clones (fakes ou não) aos traficantes que decidem quando e como alguém vai morrer; 

dos fundamentalistas de todas as religiões aos chefes de estado que fazem nos outros países o que é inconcebível dentro de suas fronteiras; 

dos pais que assistiram sua filha morrer pq estavam rezando pela sua cura aos que sacrificam esses mesmos filhos em rituais de magia negra...  

Vou dizer uma coisa e vai parecer que sou impressionável, mas bb´s de proveta são mesmo um avanço da medicina ou um capricho dos pais? Ou é a vaidade humana com roupagens de ciência, o pecado original contemporâneo?

Ainda não sei o que penso sobre eutanásia, mas me parece razoável questionar que tipo de vida tem as pessoas que dependem de uma máquina para respirar. Que direito teria eu de esgotar o dinheiro (e os nervos!) da minha família pra adiar por meses ou anos um final que é certo? Em que ponto lutar pela vida passa a ser contraditório, incongruente com a dignidade humana?

Outra: vai soar medieval, mas que direito tem uma mulher de engravidar para dispor da medula ossea da criança? Até então nunca tinha pensado nisso, mas as vezes por amor, a gente também precisa se conformar...

04 novembro 2009

O MITO DA MULHER TRISTE

A Revista Época dedicou 3 colunas ao assunto há alguns dias. Dai que eu tinha que dar o meu pitaco também:

Martha Mendonça levantou a lebre citando uma pesquisa que mostra um surpreendente e acentuado declínio da satisfação feminina nas últimas três décadas. Bem, achei 1500 pessoas americanas um espaço amostral no mínimo tendencioso. Mas acho também que a revolução sexual foi um tiro no pé e que o ônus da independência financeira não foi bem dimensionado. Como nossos negros alforriados do séc 19, as mulheres do séc 21 de um modo geral não sabem bem o que fazer com a liberdade que conquistaram.

Ivan Martins foi mais pragmático, pinçando os motivos e dividindo responsabilidades: parte dos problemas femininos se deve ao comportamento dos homens. Antigamente, eles ficavam no casamento, ainda que não ficassem necessariamente em casa... Agora os homens vão embora e frequentemente deixam às mulheres a tarefa de criar os filhos... Na cultura de “vamos ser felizes”, a obrigação essencial de cada um é com a própria felicidade. A noção de dever e de obrigação vai se esgarçando até não significar coisa nenhuma. Lealdade (sobretudo sexual e afetiva) é uma palavra anacrônica. Isso me parece razoável. 

O que não me parece NADA razoável é:

acreditar que um homem que larga mulher e filhos pequenos por alguém que mal conhece e por quem se diz perdidamente apaixonado pode ser confiável;

engravidar de homens que não querem/podem dar suporte emocional nem financeiro;

casar ou manter-se casada com homens egoístas/imaturos/desequilibrados...

Tá bom, estou sendo simplista, parcial e nada solidária à minha raça, mas quis ilustrar que a outra parte dos problemas femininos está justamente nas más escolhas que fazem. Meus exemplos me parecem uma maldição beeeem pior do que permanecer solteira. No dia que eu acordar totalitária de novo, sou bem capaz de dizer que se isso for um castigo deve ser merecido. hohoho

Ruth de Aquino, finalmente, pontuou o óbvio: mulher reclama mais!!! A mulher se expressa mais, na alegria ou na tristeza. O fato de ela se questionar mais não pode ser confundido com infelicidade. Bingo! Já até rascunhei alguma coisa nesse sentido: idealizar é uma prerrogativa nossa. É justamente por reclamar, por não se acomodar, por querer mais e melhor que saimos das cavernas. Nosso nato e eterno inconformismo dita o ritmo em que progride a humanidade. (bonito isso, hein?) 

(A essas alturas devo sublinhar que estou falando de Mulheres, maiúsculas. E não dessas coisas de plástico, porcelana, lágrimas ou sex appeal que nos vendem como referência de mulher moderna, ok?)

Encerro com exemplos da diferença básica entre mulheres e homens:

vários alemães dissidentes tentaram 15(!) vezes matar Adolf Hitler. Uma única judia dissidente, Irena Sendler, salvou de mais de 1500 crianças dos campos de concentração sem precisar de nenhuma conspiração militar;

Homens que se prostituem seguem vendendo seu corpo. Mulheres que se prostituem criaram uma confecção e uma grife, a "Daspu".

Homens com problemas psicológicos compram armas e disparam contra inocentes em cinemas e escolas. Mulheres com problemas psicológicos também criaram uma confecção e uma grife, a "Dasdoida".

Presidiários ociosos promovem rebeliões. Presidiárias ociosas promovem desfiles de moda e um dia de rainha para a vencedora.

Homens perdem o emprego e não querem mais pagar pensão. Mulheres perdem o emprego e vão vender roupa, avon, fazer unha, lavar, passar e faxinar... simplesmente se viram.

Estou generalizando, mas pegaram o espiríto da coisa? Mulheres de verdade fazem alguma mais útil com as insatisfações!!!!

 

02 novembro 2009

O BONEQUINHO (ainda não) VIU


título: Onde Andará Dulce Veiga?
gênero:Drama
duração: 01:45
ano de lançamento: 2007
site: www.dulceveiga.com.br
direção:Guilherme de Almeida Prado
produção: Assunção Hernandes
fotografia: Adrian Teijido
direção de arte: Luís Rossi
figurino: Fábio Namatame
sinopse: Dulce Veiga (Maitê Proença) é uma atriz e cantora que fez sucesso durante um curto período de tempo e que desapareceu misteriosamente. Caio (Eriberto Leão, um escritor que trabalha como jornalista de variedades, ao entrevistar a jovem cantora Márcia (Carolina Dickman) descobre que ela é filha de Dulce Veiga, de quem era fã. Caio publica uma crônica no jornal em que trabalha contando suas lembranças de Dulce Veiga, o que gera uma enorme repercussão. A esquecida cantora é relembrada e todos querem saber seu destino. Paralelamente o jornalista fica cada vez mais obcecado pela personalidade da filha de Dulce, que é uma bela garota com trejeitos de homem.

Neste fds o diretor, mui generosamente, disponibilizou para download numa comunidade do orkut. Quem achar mais fácil pode encontra-los também no meu scrapbook.

Baseado no livro homônimo (e auto biográfico!) de Caio Fernando Abreu, Onde Andará Dulce Veiga? é uma produção Brasil/Chile que provavelmente não encontraremos em DVD.

Segundo a crítica, existe uma Dulce Veiga em cada um de nós, mas não precisa tanto para despertar a curiosidade, precisa? Devo confessar que torci o nariz tanto pra Carolina Dieckman quanto para Eriberto Leão. Se eu gostar da interpretação deles, volto pra fazer o mea culpa.

Na opinião de Gerson Steves, "apesar de tudo é um bom filme. Como cinema, tem imagens que falam por si e que são impressionantemente belas, bem construídas e minuciosamente amarradas. Como crônica, desfila e comenta deliciosas referências do cotidiano, da arte e da política dos anos 80. Como arte, faz pensar e leva a uma experiência muito inquietante. Como entretenimento, diverte e cativa".