28 dezembro 2007

RETROVISOR

Há exatos 12 meses eu andei me fazendo umas promessas ai e contrariando todos os prognósticos reservados a essas resoluções de fim de ano, estou até meio orgulhosa de constatar que cumpri com louvor t-o-d-a-s as minhas.

É que eu precisava urgentemente me levar menos a sério. Estava pre-ocupada com esse meu caminho de nuvens brancas e interrogações de todos os tamanhos, cores, fontes e temas. Manda a verdade que se diga: essa foi a parte que eu precisei abstrair, que a vida continua mansa e as interrogações seguem, pairando impunemente sobre a minha cabeça de vento.

Mas na parte prática da coisa eu me sai melhor do que esperava. Vejam:

Terapia

Comecei achando que há qualquer coisa de muito triste em pagar alguém pra me ouvir, evolui para a constatação de que é uma escuta qualitativamente diferente e agora estou absolutamente rendida: de achismos já bastam os meus! Adoro minha terapeuta, tô com saudade dela (estamos tirando férias) vejo progressos (lentos, mas enfim...) e ano que vem lá estaremos nós, eu e meus neurônios over produtivos, aprendendo a ser mais gente e a desembaraçar pensamentos matinais ou não.

Ser menos pontual
Atraso é uma coisa que realmente acaba com meu bom humor. Mas aki no Brasil horários não são pra ser cumpridos, servem só pra dar uma noção e eu me conformei com isso. Continuo achando de muito mal tom deixar alguém esperando mas agora trago sempre um livro pra sacar da bolsa se ficar plantada esperando alguém. SE ficar, pq agora quem se atrasa sou eu rs

Ser menos cordata
Claro que continuo sendo prudente, que certas coisas só nascendo de novo pra gente mudar. Mas aquela placidez, aquele sorrisinho imperturbável, aquela coerência toda? Cabô, neguinha. Voltei de Marte, agora sou normal (risos). De carne, osso e alguns rompantes.

Ser menos poliana
Olhe, eu confesso que gosto do meu jeito (des!?)apaixonado de ver as coisas. Seria meio míope, é verdade, mas beeeeeeeem mais habitável o nosso mundo se toda a gente se esforçasse pra dar às coisas a dimensão que elas têm. Sem ser nem passional nem indiferente,sabem como? Dai que foi difícil mas tem gente ai que aprecia os resultados, hein Jana? hohoho

Ouvir mais, falar menos e opinar menos ainda
Essa teve o grau de dificuldade d´Os 12 Trabalhos de Hércules, sem dúvida. Sou linguaruda por formação mas me esforcei o ano todo pra emtir opiniões apenasmente quando solicitada, o que já é um bom começo, dada a minha tendência à carpinteiro do universo. Mas como o ser humano se acostuma rápido,constato com alguma surpresa que nem é tão difícil assim ficar quieta. Nem é difícil e pode ser bem divertido tb.

Gastar mais dinheiro comigo mesma
Já confessei aki que sou meio canguinha e acho até que isso é incurável, mas acho tb que a maioria das coisas bacanas que a gente vive não tem preço, logo, gastar alguns dinheiros com elas não me deixará mais pobre do que já sou.

Lutar contra minha preguiça
ow, trago uma indolência garfieldiana tão enraizada na alma que quase não me dava conta mais. Dai que me esforcei em pqnas coisas e assim, ainda não sou a mais empolgada ever-ever, mas podem voltar a me chamar pro´s lugares que talvez eu vá sem torcer o nariz. rs

Entender os motivos dos outros
Entender nem é o difícil. Habilidade congênita, quase. Mas eu precisava aprender que não posso fazer nada com o que as pessoas sentem/pensam/falam/fazem/querem, sabe? São os motivos deles e eu devia achar tão legítimos qto os meus. Ou esse espetáculo de maturidade ou abstração total, que foi-se o tempo de me gastar por quem não merece um minuto da minha atenção. (amém, né? rs)

Dar atenção diferenciada aos meus motivos
Esse item dava um texto a parte. Pq eu simplesmente não enxergava com a necessária clareza os meus motivos. Na verdade, grande parte deles eram sub-motivos, acoplados aos interesses de outros seres. É de pasmar o qto não me vejo, logo eu, tão consciente das coisas ao redor. tsc Claro que uma vida inteira é pouco se conhecer, se amar, se aceitar e tals, mas gostei da brincadeira!

Que venha 2008 \o/
(menos tormentoso de preferência, será que é pedir demais?)

26 dezembro 2007

MIMOS DE NATAL

Depois de aaaanos a fio sendo meu próprio papai noel e me presenteando com coisas que não comprei nos meses anteriores por pura sovinagem, eis que o céu teve piedade e me providenciou um. Aliás, uma mamãe noel, pra ser mais exata.

Todo mundo que vem aki já sabe que Jana e eu passamos muito tempo no MSN; que somos duas polianas incorrigíveis mas que por força do nosso histórico afetivo talento pra más escolhas nós dissimulamos essa delicadeza toda numa fantasia de mulher maravilha; que nossos textos catárticos - além de truncados - tem efeitos praticamente teraupêuticos... enton é claro que eu tinha que contar pra vcs, parcos e queridos leitores, que essa pessoa a quem aprendi a amar e com a qual passo horas consideráveis a conversar de amenidades aos mais variados tipos de surtos, me presenteou com "A Casa dos Espíritos", de Isabel Allende.

E eu lhes digo que me senti como aquelas crianças que escrevem pro Papai Noel da ECT... rs Como já disse, no natal meus presentes são comprados por mim mesma, e vigiar mr. postman durante 3 dias deve ter me rejuvenecido uns 5 anos. Sem contar que presente e cartinha chegaram no mesmo dia. Vejam se não é de chorar num cantinho:

De: Janaína Beneduzi
Enviada em: quinta-feira, 20 de dezembro de 2007 08:16
Para: Luciana Reis
Assunto: A carta

Eu fiquei aqui procurando palavras que representassem o meu carinho e admiração por você. Que conseguissem explicar o quanto podemos ser tão parecidas e ao mesmo tempo tão diferentes. Sem parecer piegas, sem que isso soasse um amontoado de coisas que dizemos sem sentido (e olha que somos experts nisso), mas acredito que quando falamos de almas, de sensações e de pessoas, acabamos sempre por não nos fazer entender completamente.

O que sinto por você é mais que admiração, é respeito, é cumplicidade. É mais que carinho, é amor daqueles que sentimos por quem queremos muitíssimo bem. Aquele amor que quer proteger. Tu és daquelas pessoas extraordinárias, que não apenas existem e sobrevivem, tem ânsia de viver, a urgência de realizar, e as torturas das pessoas que não se encaixam, por que o que existe não basta, é pequeno para sua própria existência.

"Barrabás chegou à família por via marítima», anotou a menina Clara com a sua delicada caligrafia. Já nessa altura tinha o hábito de escrever as coisas importantes e, mais tarde, quando ficou muda, escrevia também as trivialidades, sem suspeitar que cinquenta anos depois os seus cadernos me iriam servir para resgatar a memória do passado e sobreviver ao meu próprio espanto..." É assim que começa A Casa dos Espiritos, falando sobre uma menina que escrevia, e que anotava tudo, que colocava em linhas todo seu pensar, uma menina que escrevia para salvar-se ou salvar alguém, que escrevia sem se dar conta do quanto isso acabou sendo importante para as outras pessoas. E assim é você. Alguém que escreve para esvaziar-se, para entender-se e assim, despretenciosamente, consegue fazer com que pessoas sintam-se semelhantes, consegue sem nunca ter trocado um simples olhar, que eu possa me sentir tão próxima e realmente querida. És como Clara no que se refere a conhecer a alma humana.

Assim como te encontrei e te reconheci em Clara, tens um pouco de cada, e de muitas pessoas, a inquietude de Clarice, a maneira perspicaz de Caio, a ironia de Calvin... Não adianta, me perco nas palavras e não consigo chegar... Bem, esta é a cartinha que deveria ter ido junto, espero que como eu, tu te encontre e te reconheça nas linhas da história dessa familia, que entre tantas pessoas teve uma, Clara, Claríssima, Clarividente, que decidiu ficar 9 anos sem falar, não porque não pudesse, simplesmente porque lhe faltava vontade.

Amo vc!
Agora vcs avaliem o valor que esse livro adquiriu! Mais uma pérola para "o meu íntimo tesouro, cinestesicamente incalculável e de nenhum valor comercial" (E aguardem que brevemente lerão algumas linhas sobre Clara del Valle hohoho)

Guria, eu tb te amo!!!!

17 dezembro 2007

TRANSPARENTE

Señor, dame la gracia de ser transparente contigo, conmigo y con todos
No teniendo nada que esconder, nada que disimular,
Nada que disfrazar en mi conducta, en mis pensamientos

Que te conozca, que me conozca como soy
Que asi me vean los demas: transparente en mi verdad

Quiero ser como un libro que se lee, con el alma en la palma de la mano
Quiero ser, quiero ser

Quiero acabar con todas las sombras que viven en mi alma aceptàndolas
Es decir, aceptàndome a mi misma tal como soy, con luces y sombras
Quiero ser lo que me has llamado a ser

Já tem tp que esse é o correspondente musical pra minha maior ambição. Desde a 1ª vez que a ouvi, achei que Glenda Fernandes foi de uma precisão cirúrgica qdo disse que quer ter a alma na palma da mão, pq era isso que diria, se tivesse talento! Mas agora que consigo através do rascunho ser um livro que se lê (que pretensão pouca é bobagem!), parece-me que mudei de foco rs

É que eu podia jurar que me conhecia. Passei anos a fio me achando a bala que matou Kennedy por ser menos passional do que as pessoas que me cercavam. Convenhamos que é praticamente uma vantagem competitiva não morrer de ansiedade, não ser patologicamente desconfiada, ter amor próprio e um senso de justiça razoável. É, mas virtudes tão almejadas pela humanidade não se dão assim tão impunemente... dai que nesse anozinho duzinfernu que felizmente está no fim, eu pude sentir na carne o qto estou longe de me conhecer como sou. (até pq eu sou várias rs). Se por um lado os demais já me vêem transparente em minhas verdades, pra mim mesma as vezes a coisa ainda embaça um cadim. E pra ratificar ainda mais minha miopia, há verdades simples, cristalinas, que g-e-r-a-l vê, menos eu. E eu diria que são tão minhas que simplesmente não há explicação pra não te-las enxergado antes.

Mas apesar de cretino, esse ano serviu pra eu me aceitar em luzes e sombras. Aliás, outra coisa que eu jurava que fazia relativamente bem. Embora seja obrigada a reconhecer que me é sempre mais fácil confessar as sombras...tsc Luz em mim, só a dos olhos. E isso só não é, assim, irretorquível por conta de delicadezas desse naipe ó:
Essa moça ? Ela expressa muita coisa pelas fotos que tira, pelas palavras que escreve, por tudo que gosta, por aquilo que confessa, pelo muito que anseia, pelo sorriso ofegante de alegria quando abraça quem ama, pelo cabelo curto, pelos óculos escuros, pelos livros que lê, pelos filmes que vê, pelo mundo que enxerga dentro de si, pela multiplicidade de idéias, pelo desejo de viver muitas vidas que admira e que não sendo suas, ainda assim a fascina.... Essa moça parece ser do tipo que se "joga" na vida, intensidade, orgulho, felicidade genuína e merecida quando recebe um elogio (coisa que como boa leonina adora! hahaha), olhos de gazela e espírito de leão (não se enganem com a fragilidade...rs). Essa moça é afetuosa e por enquanto tá buscando coisas na vida... Como aliás, todos nós estamos...Uns já sabem o que, outros vão tentando descobrir. Essa moça é o que transparece ser. Se eu a conheço ? Desta vida acho que não! rs...Mas entre seres sensíveis percepções são sempre possíveis!
Ana D
E viva o mundo blogueiro! É aqui que me convenço de que há algo bem bacana em mim, além da luz bonita nos olhos...

13 dezembro 2007

TODAS ELAS JUNTAS NUM SÓ SER...

Eu pensava que era a única, mas depois de ver o povo chegar ao rascunho buscando no google frases pinçadas do meu perfil, mr. Sitemeter me convenceu de que as pessoas lêem perfil sim. Enton, quem passa por aki já percebeu que o meu não é nada modesto né? rs

Sim, meio over tantas - e aparentemente tão divergentes - referências numa mesma pessoa. Mas sabem, a pessoa em questão é exagerada. transborda. Não cabe em si. É v-á-r-i-a-s. Várias e nenhuma, sabe como? (Ana D sabe!)

Assim ó: as semelhanças são pedacinhos meus que vivem por ai. São tão "eu" que reconheço qdo os vejo nos outros. E como são meus, me apodero de quem os possua. (começando a achar desnecessária e enrolada essa tentativa de explicar, mas enfim...) Estou inteira em cada um dos pedacinhos, ok? Dai que nem sempre eles são, assim, um primor... lindo ser a Beatriz de Chico, poético e tals. Mas, manda a verdade que se diga, tb sou o Filho Único de Cazuza. Eu posso me tornar a casinha do alto do morro que Armandinho pediu pra Jah e posso tb, sem o menor trabalho, me revelar a Boneca Que Tem Manual de Vanessa da Mata. Poderia ser tanto a pedra mais alta quanto a sereia de Fernando Anitelli. Já fui a moça bonita que cheira qual botão de laranjeira de Geraldo Azevedo e atualmente luto pra deixar de ser o Carpinteiro do Universo de Raul Seixas. Entendem? A coisa é quimérica, etérea.

Mas tive vontade de escrever sobre isso pq descobri que não sou a única que viaja nessas coisas,assim, úteis e de interesse vital pra humanidade: Jana já tinha dito há mó tempão - e Candice assina embaixo - que sou meio Clara de Isabel Allende ("A Casa dos Espíritos", a quem interessar possa) Fiquei feliz e giga curiosa pq ainda não li o livro nem vi o filme. Dia desses Ana D comentou que tenho alguma coisa de Amelie Poulain. Ahhhhhhhhhhh, mas não é uma graça? Bem, eu não repetiria isso alto, mas qdo vi o filme, tb achei. Eu ia até reve-lo antes de escrever, mas o DVD não tá comigo e se deixar pra depois, acabo não escrevendo. (E ó, nem ligo se ela tem cara de retardada. rs Pq eu posso não ter cara, mas o resto é down total...)

Perceberam né? Adorando essa coisa das pessoas tb sacarem que sou muitas!!! Não é bacaníssimo um ser que nunca me viu conseguir me enxergar onde, objetivamente, eu jamais estaria? (em Audrey Tautou eu só poderia, com muita sorte, estar no branco dos olhos, concordam?)

Alguém ai enxerga algum pedaço meu perdido em outra pessoa/coisa/lugar/música/personagem? hohoho

11 dezembro 2007


* Jana, seria um esboço do nosso livro???? hohoho

07 dezembro 2007

(NEM) TODA MULHER GOSTA DE ROSAS

Essa é uma das verdades mais fáceis de se constatar a meu respeito. É só olhar.

Não gosto de rosas (nem as denotativas - muito menos das variantes conotativas rs) e de qualquer outra espécie de flor que me seja dada de presente. Isso partiria o coração de Candice, coitada, que já teve (tem ainda, tri?) uma gérbera batizada de clara, mas sejamos práticos: o que se faz c/ uma flor? Claro, que não sou tão insensível assim, há respostas hiper poéticas, mas pra mim flores (e bichos) perdem 90% da graça fora do lugar onde nascem, longe das coleguinhas.

Tb ando absolutamente na contra mão da mulherzisse, digamos, visual. Questão de estilo. No meu caso, falta de. Olhe e repare na falta de pinduricalhos, maquiagem, saltos, saias, e bla bla bla: Dispensáveis ever-ever. Saias limitam meus movimentos; saltos atentam contra a minha integridade física; maquiagem faz me sentir uma palhaça; brincos & cia. incomodam... definitivamente eu não combino com essas coisas!

Maaaaaaaaaaaaaaaans absolutamente alheias a esse detalhe as pessoas se casam. Se casam e lá vou eu madrinhar... dai que começa a saga de pessoas c/ algum senso estético e mto amor por mim, que preciso de consultoria pra TUDO! O que vestir? que cor? o que calçar? o que pendurar? quem me "pintar"? como faz com esse não-cabelo? e por ai vai... é tudo bem engraçado, né Bibia?

A parte que realmente me dói na alma é pagar por essa montagem toda. Já sou meio canguinha desde criança, mas nessas horas eu viro o próprio Tio Patinhas.... mooooooorro de pena! Um desperdício imperdoável. tsc

Tenho pela frente dois casamentos. E ontem fui lá decidir o que vestir. Depois eu mostro procês o resultado.

04 dezembro 2007

LIMBO É O CARALHO!!!!

Dai que eu andava triste, tristinha (mais sem graça que a top model magrela na passarela!) mas não há tristeza que resista ao sol sorrindo forte, a um amigo que te lê os pensamentos e às cachoeiras de Penedo:

Já seria o suficiente pra eu criar vergonha na cara e sair desse limbo, mas - um brinde ao delicado da vida - hj Deus Paizinho resolveu caprichar:

Ei...passei por aqui. Gostei muito do que vi, viu??? Não prometo passar sempre (vc me conhece...) Mas, de vez em quando, passo pra matar a saudade.

Volta e meia penso em vc... Meu coração aperta de tanta gratidão à Deus. Não entendo por que as pessoas insistem em acrediar que a distância separa os amigos.

Te vejo pouco, mas é como se tivesse te visto ontem, e antes de ontem, e antes de ontem de ontem... E é como se tivesse a certeza de que sempre te verei em breve.... sem nenhuma
obrigação de nada... Te vejo sempre, minha querida, em minha mente e no meu coração.

Saudades, Gabriel BH
Não é de chorar num cantinho???? Não é pra ser infinitamente grata à vida por nos abrir os dois olhos para as ninharias que remetem ao essencial?

Bastava, juro. Mas pra fechar o dia (e calar a minha boca reclamona forever!) ganhei um selo fofo e palavras mais fofas ainda:


A idéia do mimo veio daki e o recebo - cretinamente feliz e saltitante - das mãos mui generosas de Erika.

Como regra, além da missão ingrata de indicar mais 5 blogueiros, há de se dizer o motivo da indicação. Ó que gracinha o que se pensa do rascunho lá pelas bandas de BH:
Vida no Rascunho: Da minha amiga irmã gêmea univitelina separada na maternidade, que questiona tudo, principalmente a si mesma, com emoção e um humor finérrimo.
Viver é ou não fúria e folia rumo ao mágico????

03 dezembro 2007

LIÇÃO PARA PENTEAR PENSAMENTOS MATINAIS

Pensamentos, como cabelos, também acordam despenteados. Naquela faixa-zumbi que vai em slow motion, desde sair da cama, abrir as janelas, avaliar o tempo e calçar os chinelos até o primeiro jato da torneira – feito fios fora de lugar emaranhando-se, encrespam-se, tomam direções inesperadas.Com água, mão, pente, você disciplina cabelos. E pensamentos? Que nem são exatamente pensamentos, mas memórias, farrapos de sonho, um rosto, premonições, fantasias, um nome. E às vezes também não há água, mão, pente, gel ou xampu capazes de domá-los. Acumulando-se cotidianas, as brutalidades nossas de cada dia fazem pouco a pouco alguns recuar – acuados, rejeitados – para as remotas regiões de onde chegaram. Outros como cabelos rebeldes, renegam-se a voltar ao lugar que (com que direito?) determinamos para eles. Feito certas crianças, não se deixam engabelar assim por doce nem figurinha.

Pensamentos matinais, desgrenhados, são frágeis como cabelos finos demais que começam a cair. Você passa a mão, e ele já não está mais ali – o fio. No travesseiro sempre restam alguns, melhor não olhar para trás: vira-se estátua de cinza. Compacta, mas cinza. Basta um sopro. Pensamentos matinais, cuidado, são alterados feito um organismo mudando de fuso horário. Não deveria estar ali naquela hora, mas está. Não deveria sentir fome às três da tarde, mas sente. Não deveria sentir sono ao meio-dia, mas. Pensamentos matinais são um abrupto mas com ponto final a seguir. Perigosíssimos. A tal ponto que há risco de não continuar depois do que deveria ser uma curva amena, mas tornou-se abismo.

E só vamos em frente porque começam a acontecer urgências. Enquanto a manhã dispara e o telefone toca e a campainha soa e as crianças vão precisam sair para a escola e o relógio de ponto ou qualquer coisa assim – incluindo os outros, sobretudo os outros – não esperam. Nada espera, ninguém. Você lava o rosto, finge não ter visto coisa alguma. É possível também ligar o rádio. Um banho frio, o café feito uma bofetada. Há pensamentos-matinais-despenteados que põe o rabo entre as pernas e dão o fora, mas outros – mulheres de Nelson Rodrigues – adoram apanhar.

Quanto mais você bate, mais ele arreganha os dentes e instiga para apanhar mais. Isso magnetiza e atrai outros pensamentos, ainda mais descabelados e até então escondidos. Se era um nome, vem um sobrenome. Se era um rosto, vem a textura da pele, um cheiro um jeito de olhar. Se fantasia, ganha cor, e assim por diante. Pensamentos desse tipo são quase sempre proustianos: loucos pelo velho e bom tempo perdido.

Soluções mais grosseiras, há. Como papel higiênico, amarrotá-los, jogá-los na privada, dar descarga. Acontece que descargas, não quero parecer alarmista, às vezes entopem. E devolvem justamente aquilo que deveriam levar embora, num comportamento que é o avesso daquele para qual foram programadas. Ah o avesso, esse o problema. Pensamentos assim são um sintoma do avesso. E o avesso é a superfície correspondente, igual em tamanho e forma, a tudo aquilo que você considera o direito. Conhecer de cor-e-salteado o direito absolutamente não dá direito a conhecer também o outro lado. Sinto muito, mas ele sempre está lá. Incógnito, invisível, inviável. In, enfim.

Por ser assim, desordena-se. Pelas manhãs, mesmo que o de-manhã de alguns aconteça às seis da tarde. Mesmo nos calvos, a cabeleira abstrata pode amanhecer tão eriçada quanto a da Medusa. E se em vez de veneno as cobras tiverem mel? Tudo depende não me pergunte de quê. Só sei que deve-se olhar direito nos olhos deles, tocar sem nojo nem medo suas mãos cobertas de musgo, teias de aranha. Passar num susto a mão pelos cabelos, reais ou não. Deve-se sempre com a doçura e paciência possíveis nessas situações, mudar rápido de assunto. Ou cair no poço.
_______________________________________________
Caio Fernando Abreu, em "Pequenas Epifanias"

30 novembro 2007

amigo-que-nunca-foi-amigo:
- mas a culpa não é só minha, é?
(depois de fuder meu bom-mocismo habitual - que eu jul-ga-va perpétuo e imperturbável - com uma única frase? Com uma artilharia tão pesada e eficiente eu não precisaria mover um músculo!)

terapeuta:
- vc é tão prepotente que anda até querendo me ensinar a trabalhar!
(tem outro jeito de sugerir um livro sem ser tão mal interpretada? rs)

mãe
- vc devia tentar ocupar sua mente!
(se ela soubesse que minha mente está a ponto de explodir...)
_________________________________________________________________
mas como eu já disse que meus dias são salvos por detalhes, ói pá issuuuuuu:

Há desilusões e desilusões. A primeira é aquela que nos pega de surpresa(...), nos percebemos sem chão, tristes, chorosos, arrasados e blablabla. Já na segunda, percebemos coisas que antes não conseguíamos, percebemos enganos. Mas nessa, os enganos não doem. Essa desilusão é boa. Nos livra do que não era.
by Cris

Nos-livra-do-que-não-era!!!

entendeu ou quer que eu desenhe, fia?

28 novembro 2007

SOBRA TAAAAAAAAAAAANTA FALTA!

Falta tanta coisa na minha janela
Como uma praia
Falta tanta coisa na memória
Como o rosto dele
Falta tanto tempo no relógio
Quanto uma semana
Sobra tanta falta de paciência
Que me desespero
Sobram tantas meias-verdades
Que guardo pra mim mesmo
Sobram tantos medos
Que nem me protejo mais
Sobra tanto espaço
Dentro do abraço
Falta tanta coisa pra dizer
Que nunca consigo

Sei lá se o que me deu foi dado
Sei lá se o que me deu já é meu
Sei lá se o que me deu foi dado ou se é seu
Sei lá...
Vai saber o que me deu... quem sabe?
Vai saber... quem souber, me salve!


* Carlos Alberto Trevisan - O Teatro Mágico

25 novembro 2007

PQ NÃO! (?)

Alheias a minha vontade, algumas coisas na vida são "pq sim" e não há nada que eu possa fazer, infelizmente. Outras são "pq não" e igualmente irretorquíveis tsc. Simples assim. (E isso me lembra resposta de mães intolerantes: - pq não pode? Pq não!) Desde criança essas respostas curtas já me gastavam e - manda a verdade que se diga - até bem pouco tp atrás eu ainda lutava contra tanta subjetividade condensada. Pra mim td tem um motivo. Tem que ter, oras.

Tá bom, tem sim, mas agora eu decidi que os motivos nem sempre precisam ser esquadrinhados, sabe? Pra evitar a fadiga (ou quem sabe por um involuntário amadurecimento emocional, pq não?) quero parar no pto final da frase:

- Pq não fez/falou/ligou/foi/voltou?
- Pq não. PONTO.

Já que ainda me é inevitável perguntar, pelo menos vou aprender a me contentar com respostas fáceis. (Até pq no geral as muito elaboradas nunca me esclarecem assim, perfeitamente. rs) A verdade, minha gente, é que a ignorância é o 8º sacramento hohoho

Toda essa volta pra confessar a minha frustração por conta de uma (mais uma tsc) coisa que não acontece... daquelas que tu não enxerga pq diabos não podem ser, mas simplesmente não são. E apurar seria demorado; perguntar, traumático - ou irritante na melhor das hipóteses - e esquecer, impossível. Dai meu novo paliativo... E olhe que é hiper abonado:

... Não quero saber dos requintes de crueldade nem do momento fatal. O que não se sabe não faz mal...

Martha Medeiros, em "Persona Non Grata"

N.A.: esse texto tá pronto há semanas e por conta de acontecimentos de "força maior" tava quase esquecido aki na pastinha de rascunhos publicáveis. Dai que (não) me aconteceu mais alguma coisa e eu fico cá pensando no qto minha vida muda, muda, muda e continua a mesma. aff

(sim, eu escrevo motivada por fatos beeeeeeeeeem concretos. Sim, eu faço do rascunho um diarinho!)

22 novembro 2007

PQ QUE A GENTE É ASSIM????

SE tivéssemos conserto, seria mais ou menos assim... tsc

20 novembro 2007


Dai que novembro involuntariamente virou mês da amizade aqui no rascunho. Dai que Mô colabora me passando mais um mimo. Esse não tem selinho, é só uma (mais uma) manifestação de carinho. Dai que agora eu tenho que escolher 10 pessoinhas pra declarar minha amizade, publicar a declaração e comunica-las.

(Mas como eu nunca faço essas coisas do jeito que me mandam, peço à boa alma que passar por aki a gentileza de no caso de vir conhecidos na minha listinha, avisa-los. hohoho)


Cá estão os meus queridos. Mô, Candice, Ronaldo e Erika já tive o (i-m-e-n-s-o) prazer de conhecer pessoalmente; por Jana, Ana D e Dani imploro um cadim de boa vontade da vida; de Guilherme e Carlinha - os blogueiros mais relapsos do meu universo - só digo que pressinto uma giga-afinidade... aliás, qto a afinidade (leia-se gênio ruim nesse caso) digo o msm de Oksana.
..............................................................................................................
E assim, muitíssimo atrasada, eu finalmente vou publicar outras coisas bacaninhas que me passaram:

1. Pegar o livro mais próximo (eu vou pegar o que estou re-lendo no momento, ok?)
Olhai os Lírios do Campo - Érico Veríssimo

2. Abrir na página 161 e postar a 5ª frase completa
"...Um cidadão ocupado que preza o seu tempo não se pode entregar à leitura dessas histórias de mentira..."

3. Não escolher o melhor livro nem a melhor frase (xiiiiiiiii, eu escolhi o livro!)

4. Repassar para 5 blogs (pula essa parte!)

5. O que está achando do livro?
É quase de mau gosto isso, mas não tô achando nada. Na verdade eu tô é procurando...rs Estou relendo pela enésima vez e sempre acho algo que me comove. Ele é o MEU livro, o livro da minha vida. Tem gente que tem filme, música, lugar, bebida e tals. Eu tenho um livro, que sou chic benhê. (mas eu quero um filme quinem a Mô e Candice rs)
................................................................................................................
Pegar seu mp3 ou lista de músicas do computador e ir até a 5ª música. (como aki no pc as músicas ficam em pastinhas, vou à 5ª pastinha!)
Ana Carolina - 5ª música: A Câmera que Filma os Dias

Copiar o primeiro verso dela.
"A luz que vi naquele dia escuro e ruim era luz por encomenda para te filmar..."

Passar para 5 blogs. (já sabem né?)

16 novembro 2007

AINDA SOBRE AMIZADE

(sim, sim, monotemática... rs)
Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minha alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar
Tua palavra, tua história, tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar
Metade de mim agora é assim
De um lado a poesia, o verbo a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê o novo, o credo, a fé que você deposita em você e só
Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você... só enquanto eu respirar!!!

*Fernando Anitelli - O Teatro Mágico


Devo dizer que sou abençoada2: além dos de carne, osso e verdade, tenho um amigo que pode-tudo (mto foda ter um amigo que pode-tudo!)

12 novembro 2007

E POR FALAR EM AMIGOS...

Acredito que é realmente abençoado quem pode dizer que tem amigos neste mundo cão. E eu sou abençoada. Mas manda a verdade que se diga: não são taaaantos assim e houve um tempo que achava que tinha mais.

Tenho um que é a minha perdição rs.
Por duas, nutro uma admiração quase devocional;
Uma delas, pra mim terá eternamente 15 anos e td
as as interrogações do mundo;
Tem um que nem é amigo, nunca foi. Mas acreditei que era durante tantos anos que ainda não me conformo com tamanha ingenuidade e ainda dói fininho me lembrar do bem que ele me fez;
E tem outra que falhou tanto qdo eu precisei que eu fico cá me perguntando que é que nós somos, já que amigos não fazem coisas tão desastrosas assim;
Tenho uma que me constrange com sua delicadeza, mas que infelizmente só tenho sua ausência;
Tenho outra que, embora mulher feita, as vezes ainda se mostra a msma menina meio insegura - e por isso mais valente - que eu conheci qdo era criança;

Um deles me faz sentir a melhor mulher do mundo, a mais inteligente, a mais centrada...
Tenho o que me escreveu isso:

E que me fez chorar num cantinho. Pq ele transcreveu um trechinho do livro que é de chorar muito num cantinho, mas eu acho que é principalmente pq ele me mostra com a própria vida que acredita no que escreveu. (e também pq eu tenho medo de coisas irreparáveis!)

Ric é o menino vestido de sol a quem a vontade de ser melhor ainda não corrompeu. A saudade que sinto dele não é tranquila, nostálgica... é viva. Arde e só passa com umas boas gargalhadas. Ele é a cara lavada, a alma exposta, o ombro e o colo de Oscar Wilde (ou seja lá quem tenha sido o autor desse texto)...

Ricardo Jan, eu te amo! Que bom que vc faz parte da minha vida. Obrigada por sempre.

11 novembro 2007

SÁBADO, DIA DE PROGRAMA DE ÍNDIO

Quarta Caravana Musical TIM, iniciativa que trará o saxofonista e instrumentista Leo Gandelman, que abrirá todos os shows do projeto acompanhado de uma orquestra e um convidado especial a cada final de semana em 12 cidades do interior do Rio e Espírito Santo. O elenco deste ano é diversificado: Paulinho Moska, Isabella Taviani, Luiza Possi e Pedro Mariano. Para a cidade está programado um show com o cantor Leoni.

fonte: www.portalvr.com

Bacaníssimo. E qual o problema com a Caravana? É de graça, pessoas.

Não sei na cidade de vcs, mas por aki eventos free são sinônimo de festa estranha com gente esquisita. A bizarrice se encarna e brinca de roda com quem tá parado.

Mas por Leoni eu faço tdas as concessões do mundo. Lá fui eu, naquele mal estar de gente meio doente meio sarada, sabem? E como sozinha não vou nem à esquina (só ao cinema, e mto contrariada!) carreguei Talinha, coitada. Detalhes relevantes: evento free; mal divulgado; na praça da cidade; em noite chuvosa. Da nossa parte, colaboramos com tio Murphy e, pra nos abrigar daquela chuvinha rala mas suficientemente chata pra abrir sombrinhas, escolhemos o lugar de maior concentração de gente esquisita por m2. E de lá - fora que o som não dava conta de chegar - era difícil prestar atenção, dadas as performances individuais do povo em volta: o cabeludo que beijava de olho aberto, o amigo inconveniente do casalzinho, a vovó e o bebum se pegando freneticamente, a criança que tinha um amplificador nas cordas vocais... e os únicos dois cidadãos aparentemente mais normais que apareceram não foram nada felizes na tentativa de approach.

E que conste nos autos que eu não sou tão preguiçosa assim! Por 10 músicas ninguém precisa passar por isso! Bem, o que faz essas coisas merecerem posts é ainda ter amigos pra meter nessas frias... valeu Talinha!


08 novembro 2007

(...) Guiava-o a vontade de descobrir o próprio determinismo, e segui-lo com esforço, pois a linha verdadeira é muito apagada, as outras são mais visíveis. Separava, separava. Separava o chamado joio do trigo, e o melhor, o melhor se comia. Às vezes comia o pior. A escolha difícil era comer o pior. Separava perigos do grande perigo e era com o grande perigo que o ser, embora com medo, ficava. Só para pensar com susto o peso das coisas. Afastava de si as verdades menores que terminou não chegando a conhecer. Queria as verdades difíceis de suportar. Por ignorar as verdades menores, o ser parecia rodeado de mistério; por ser ignorante, era um ser misterioso. Tornara-se também: um sabido ignorante, um sábio ingênuo, um esquecido que muito bem sabia; um sonso honesto; um pensativo distraído; um nostálgico sobre o que deixara de saber; um saudoso pelo que definitivamente perdera e um corajoso por já ser tarde demais.

Tudo isso, contraditoriamente, foi dando ao ser uma alegria profunda que precisava se manifestar, expor-se e se comunicar. Nessa comunicação o ser era ajudado pelo seu dom inato de gostar (...) Gostava da profunda alegria dos outros, por dom inato descobria a alegria dos outros. Por dom, era também capaz de descobrir a solidão que os outros tinham (...) O ser, também por dom, sabia brincar. E por nascença sabia que gestos, sem ferir com o escândalo, transmitiam o gosto que sentia pelos outros. (...)

Como o ser era muito pobre e não tinha o que dar, o ser se dava. Dava-se em silêncio e dava o que juntava de si. Tudo isso com discrição, pois se tratava de ser tímido. Também era com discrição que o ser via nos outros o que os outros tinham juntado deles mesmos; o ser sabia como era difícil descobrir a linha apagada do próprio destino,como era difícil não perde-lo de vista."
___________________
Recortes de "Perfil dos Seres Eleitos". Clarice Lispector, em "Para Não Esquecer"

(E hj, pessoas, esse ser sou eu!)

06 novembro 2007

O TEATRO MÁGICO

Qta coisa boa nesse Brasil... lindo, lindo!





(Eu juro que caso com o homem que cantar isso pra mim!!! E, claro, me instigar a viver no alto da pedra...)

... Sereia bonita descansa teus braços em mim
Não quero tua poesia teu tesouro escondido
Deixa a onda levar todo esboço de idéia de fim
Defina comigo o traçado do nosso sentido

Quero teu sonho visível da pedra mais alta
Quero gotas pequenas molhando a pedra mais alta
Quero a música rara o som doce choroso da flauta
Quero você inteira e minha metade de volta

Vale um confere, pessoas:
blog: http://www.teatromagico.blogger.com.br
site: http://www.oteatromagico.mus.br
mp3: http://teatromagico.4shared.com

05 novembro 2007

Castigo pra pobre é sempre pouco, Dani tá cansada de repetir. Dai que depois do feriado maravilhoso que passei, (vide fotitas no multiply) é claro que tio Murphy viria cobrar sua ausência, né?

Gosto de trilhas, lembram? Não ligo de me estabacar em pedras musguentas nem de ser carregada por bichinhos mordedores. Mas até então eu nunca tinha encarado uma trilha de havaianas... Acreditei qdo meu amigo disse que era tranquila e nem precisava de tênis. Eu e minha ingenuidade tsc. O resultado: além das pernas que sempre me doem depois (por conta do sedentarismo invencível), dessa vez os pés tb reclamaram horrores. Reclamaram pq estavam tostados (quem passa bloqueador solar neles?) e pq não estavam preparados pra aguentar tanta pressão. rs

E hj acordo maus. DO NADA. Uma febre inexplicável e dor de garganta. Gentem, eu nem lembro qdo foi a última vez que minha garganta doeu... eu devia ser criança ainda. Tomei umas coisas aki e fui suar um cadim. Acordei, tomei um banho amigo e vim pra cá dar um sinal de vida.

Amanhã voltamos a programação normal, eu espero.

(a imagem lhes parece familiar? Jana quem mandou!)

31 outubro 2007

MIMOS...

Todos temos blogs pelo fato de gostarmos de escrever. Por prazer, profissionalismo, ou qualquer motivo pessoal. E a maioria gosta de escrever para liberar algum sentimento profundo, seja ele bom ou ruim. Escreve para se encontrar, para analisar a situação depois de algum tempo, ou naquela mesma hora, e também por essa paixão de pôr tudo no "papel". E estou chamando esses blogueiros de Escritores da Própria Liberdade. Escritores sim, mesmo que amadores, que escrevem suas emoções, que não guardam tudo para si. Que compartilham tudo com pessoas muitas vezes estranhas (entre as conhecidas) ... Escritores que admiro muito, por vários motivos, que se destacam de um jeito único, para cada uma das pessoas que os conhecem.

Luara, gracinha, me presenteia com o título de escritora! E eu digo - msm sendo de uma pieguice atroz - que isso é uma honra, pq embora seja meio óbvio que quem escreve é escritor, nem nos meus sonhos mais rosados eu pretendi algum dia escrever alguma coisa suficientemente boa para tanto. Feliz demais, viu moça?

A parte final tds lembram né? Passar pra 5 blogueiros... tds lembram tb que é complicado listar só 5 e bla bla bla e depois andei lendo (e ouvindo) por ai que o povo anda sem saco pra selinhos. Meus blogstar´s já sabem da minha admiração.

29 outubro 2007

VERGONHA ALHEIA II

Como o assunto rendeu bastante ali na coxia, volto pra falar de um outro aspecto da minha compaixão pelas prezepadas dos outros.

- Você já comeu gato por lebre? perguntaram-me devido a meu ar um pouco distraído.
Respondi:
- Como gato por lebre a toda hora. Por tolice, por distração, por ignorância. E até às vezes por delicadeza: me oferecem gato e agradeço a falsa lebre, e quando a lebre mia, finjo que não ouvi. Porque sei que a mentira foi para agradar (...) *

* Recorte de "Comer Gato por Lebre", Clarice Lispector em "Aprendendo a Viver"

Conhece muita gente mentirosa? Enton já percebeu que essa porra vicia, as vezes nem são necessárias mas por absoluta força do hábito as pessoas contam assim mesmo. Eu acho que conheço poucas, ou as que conheço mentem pouco pra mim. (que sendo quem sou não teria escrúpulos em desmascará-las, assim, sem piedade)

tsc. M-e-n-t-i-r-a. Só desminto qdo a coisa é séria. No geral eu tenho é vergonha pelos que são descobertos numa mentira idiota. Saca esse povo que se perde na própria criatividade? E os que insistem - mesmo qdo tem outras testemunhas - em sustentar uma coisa que só eles viram? E os que jogam detalhes sórdidos na roda crentes que estão sendo engraçados? E, é claro, não poderia deixar de citar aqueles tipos que pagam de humildes mas não completam uma frase sem alguma ostentação. (manda a verdade que se diga: desses eu não tenho peninha, não!)

Mas neguim é mau e não perdoa: levantam as lebres os gatos e o cidadão fica lá pateticamente catando os caquinhos da sua credibilidade estilhaçada c/ uma única pedrada. E eu nessas horas tenho vontade de guardá-lo no bolso: morro de vergonha do coitado(a) se enrolando cada vez mais pra sair duma situação que ele - e sua falta de bom senso - criaram.

E vcs, amados? Tb sentem vergonha alheia? Contem ai nos comments!

26 outubro 2007

VERGONHA ALHEIA

Eu tenho. A deselegância humana me constrange, juro. (bingo, Oksana!!)

Sou daquelas que só falta se encolher qdo presencia uma cena heavy (ou nem tão heavy assim, que sou sensível)

Domingo passado estava eu num barzinho com amigas. Dai que do nada criou-se um climão que eu simplesmente não captei o motivo. Lesa e discreta, não notei a falta de duas pessoas na mesa, fingi que não era nada e segui (falsamente) indiferente. Dai que minutos depois, reaparece um casalzinho - que era daqueles tipo fomos-feitos-um-para-o-outro, sabe? - ambos transtornados: a mulezinha bufando, tremendo, ameaçando... o cara convertido num pitbull raivoso. E pq? Apenasmente pq a ex do moço escreveu com batom um recadinho tosco no vidro do carro dele.

Ah, pelamor, né? Quem a gente afoga primeiro? A ex, que se presta a um papel ridículo desses? A atual, que desceu do salto por uma fatura que nem era dela? Ou o moço que nem teve competência pra terminar um namoro direito? kakaka Mas o ápice do barraco foi a atual ir lá tirar satisfações com a ex e estapea-la na frente de várias pessoas. (Trés chic) E o moço lá, só no apoio moral, sem expediente nem pra comprar uma água enquanto a menina tentava voltar à CNTP, reajeitando os cabelos escovados.

Dai que eu - que precisei que alguém desenhasse no guardanapo pra entender o pq de tanta gastura - estava a pto de levantar e ir embora. Mais do que odiar confusões - qualquer tipo, mas particularmente as catalizadas pelo alcool - eu tenho vergonhaaaaaaaaaaa. Vergonha de presenciar; vergonha do depois, aquela hora que pre-ci-sa ficar do lado da "vítima" e falar mal da outra parte envolvida; vergonha do mais depois, qdo os protagonistas não estão perto e pode-se falar o que realmente se acha... e mais vergonha ainda qdo conheço todos os conflitantes. Só tenho vontadinha de rir qdo o povo segue o baile como se nada tivesse acontecido. Ai é bacana, geral over civilizado. há!

deus, o que leva as pessoas a tais níveis de descompostura? Os elementos em questão: pq diabos o moço simplesmente não apagou o recado e pronto? Melhor ainda, pq os intriguentos duzinfernu que o foram avisar não fizeram isso? Teríamos menos duas patricetes se revelando tão competentes qto as neguinhas do morro e menos um cagão pego em flagrante delito.

22 outubro 2007

E HÁ TEMPO??

E você ?
Ama? Sente raiva? Ri ? Chora? Pensa? Anseia? Deseja? Planeja?
Também eu...
Tem medo?
Se sente fora do rumo?
Adia a sua felicidade?
Deixa pra depois seus sentimentos?
Empurra pra debaixo do tapete suas angústias?
O tic-tac te consome?
Tem tempo pra saber o que te faz feliz? Diz o que prefere ouvir?
Que frases quer que eles te digam hoje? Que frases dirá à eles?
A certeza que não mudará, a certeza que não consegue ser de outra maneira
A certeza que seria um erro mudar.
A certeza de que não deve arriscar...
A dúvida se será sempre isso sua vida ...
Dúvidas ... Incertezas... Certezas...
Tic-tac, tic-tac, o tempo não para...
O tempo não para....
Refaça o teu tempo, refaça sua felicidade, recomece do zero, se dê novas chances...
O tempo não para...
Você tem que ser feliz entre as brechas do tempo...
É o que sua razão "fala", é o que seu coração espera...
Dará tempo ???


by Ana D

(Sim, de novo! Que culpa tenho eu se essa moça me tira as palavras da boca?)

E aki, vcs não acham que isso remete à Caetano e sua Oração ao Tempo? Pois eu acho e aproveitando o clima quase devocional, rendo-me a essa entidade que teimo em contrariar, suplicando além do prazer legítimo, o movimento preciso, meu espírito com um brilho definido e é claro, alguma complacência, que esperar o tal do tempo propício é difícil cum força pra mim.

18 outubro 2007

NOTÍCIAS DO FRONT

Posto diretamente do favelão, onde se mostra a encarnação da hospitalidade. (Aliás, Mô TB se revela a mãe do ano, filha exemplar e exímia dona de casa!)

Dai que não achei nenhum dos livros que estava procurando, mas comprei 3 outros que certamente compensarão o esforço;

Dai que o povo da Sociedade Viva Cazuza é ótemo!!!

Dai que descobri que não gosto tanto assim de Flávio Venturini, mas pelos amigos a gente faz esses esforços.

Dai que nem sinal de sol por aki, portanto voltarei com o mesmo bronzeado de parede de escritório;

Dai que pre-ci-so confessar que estou apaixonada... ele é loiro, tem uns olhos lindos, um sorriso fofo, e pede as coisas de um jeitinho que é simplesmente impossível negar! Vejam se não é uma graça:


Dai que faltou alguém à nossa mesa de canto. Nem deu pra ser em Ipanema, mas enfim, sinta-se lembrada e homenageada, Candice.

Os assuntos, querida, foram vários. Mas num momento over-pensante-de-culto-àquele-lugar-que-ninguém-mais-pisou, a pérola para a posteridade foi:

10 outubro 2007



Por que você é flamengo e meu pai botafogo?

O que significa "impávido colosso"?
Por que os ossos doem enquanto a gente dorme?
Por que os dentes caem?
Por onde os filhos saem?
Por que os dedos murcham quando estou no banho?
Por que as ruas enchem quando está chovendo?
Quanto é mil trilhões vezes infinito?
Quem é jesus cristo?
Onde estão meus primos?
Por que o fogo queima?
Por que a lua é branca?
Por que a terra roda?
Por que deitar agora?
Por que as cobras matam?
Por que o vidro embaça?
Por que você se pinta?
Por que o tempo passa?
Por que que a gente espirra?
Por que as unhas crescem?
Por que o sangue corre?
Por que que a gente morre?
Do que é feita a nuvem?
Do que é feita a neve?
Como é que se escreve réveillon?

Well, well, well... Gabriel...

Sim, eu sou uma pergunta. (bingo Clarice!) E como estou cada dia mais longe de respostas satisfatórias (e mais conformada, felizmente!), preciso acrescentar mais uma referência ali no meu perfil: eu sou TB o Gabriel de Adriana Calcanhoto! hohoho

07 outubro 2007

DAS COISAS QUE EU TB NÃO ENTENDO

Pq minha voz sumiu desse jeito se nem sou "bixo do sereno". Não saio, não grito, não sou professora, não andei dormindo pelada nem no ar condicionado, não tomei nada gelado, não estou gripada nem nada que justifique essa dublagem odiosa de Donald Duck.

Pq um arquivo .exe duzinfernu veio se instalar no meu PC e gargalhar escrota e impunemente qdo tento acessar o orkut e ele abre uma janelinha avisando que: ORKUT IS BANNED! Orkut is banned you fool, the administrators didnt write this program guess who did??? MUHAHAHA

Pq a gente raramente consegue ter uma noite divertida sem que isso traga alguma espécie de constrangimento ou aborrecimento mais tarde! (absolutamente desnecessários se o povo fosse civilizado, mas enfim...)

Pq tantas pessoas estranhas me add no MSN. Aliás, pq pessoas estranhas add os outros assim, do nada, no MSN.

Pq o meu e-book "Morangos Mofados" de Caio Fodástico Abreu tem vontade própria e fecha sozinho, assim, sem maiores cerimônias.

Pq alguns seres simplesmente desconhecem o significado da palavra reciprocidade. E - principalmente - pq isso ainda me dói tanto.

Pq meu amigo - alguém notoriamente esquecido - consegue se lembrar com tantos detalhes de algumas coisitas que eu preferia que ele nem tivesse visto.

04 outubro 2007

Política & VOZ

Eu não sou o mudo balbuciando querendo falar
Eu sou a voz da voz do outro que há dentro de mim
Guardada, falante, querendo arrasar
O teu castelo de areia que é só soprar, soprar
Soprar, soprar e ver tudo voar...
E expulsar do ar a nuvem negra que só quer perturbar
Soprar e ver tudo voar
Soprar e não ficar nada pra contar!!!
* Roberto Frejat/Jorge Salomão

01 outubro 2007

Aconteceu quando a gente não esperava
Aconteceu sem um sino pra tocar
Aconteceu diferente das histórias
Que os romances e a memória
Têm costume de contar
Aconteceu sem que o chão tivesse estrelas
Aconteceu sem um raio de luar
O nosso amor foi chegando de mansinho
Se espalhou devagarinho Foi ficando até ficar
Aconteceu sem que o mundo agradecesse
Sem que rosas florescessem
Sem um canto de louvor
Aconteceu sem que houvesse nenhum drama
Só o tempo fez a cama
Como em todo grande amor
Adriana Calcanhoto
Tá bom, aconteceu. Eu não esperava, mas queria com força...

(e tô achando quase um sacrilégio usar essa letra, lindíssima, delicadérrima, que já me fez chorar num cantinho, pra (não) falar de algo tão... tão?... tão... que eu digo?... tão cinza. Sua beleza merecia entrelinhar algo mais vermelho - se fosse paixão - ou azulzinho, pro caso insólito (e mui desejado, manda a verdade que se diga) de ser amor... rosinha que fosse. Até sépia, que tem lá seu charme)

Poizé, mas o que aconteceu sem que o chão tivesse estrelas é P&B e nem sei se vale uma ampliação. Tão previsível que esperei sentadinha. (com alguma impaciência, manda a verdade que se diga também!) Eu quis, esperei e aconteceu. Mas pq diabos eu não estou satisfeita? Aliás, pq diabos eu n-u-n-c-a estou satisfeita? Pq esgoto minhas querências assim, tão rápido? Devo ter alguma espécie de buraco negro na alma, que engole as coisas que me acontecem e nunca mais eu sei senti-las como nasceram. rs

E nem estou querendo dizer que foi ruim, mto pelo contrário até... foi ótemo. Exatamente como deveria ser. Mas como já confessei aki, tenho problemas como a continuidade: E agora josé!?! E agora nada!!!. Era uma vez... the end! ô derrota...tsc

Tds sabem o que falta né? E é assim que a míope que vos escreve tá enxergando essa óbvia constatação no momento:


N.A.: de tanto ver as "artes" de Érika, me meti a personalizar a imagem pinçada de deus google: filtro difusor + P&B c/ generosa colaboração de Bruno Zanchetta!

28 setembro 2007

MOMENTO MULEZINHA...


Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate, nem apanha
Por favor, uma emoção pequena

Qualquer coisa,
qualquer coisa que se sinta
Em tantos sentimentos deve ter algum que sirva
Socorro, alguma rua que me dê sentido

Em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada...
Cássia Eller

Coração novo ou uma pequena epifania, mensal e delicada como aquela que eu li dia desses...
(piada nem tão interna assim...rs)

24 setembro 2007

SOBRE MEDOS, PERDAS E OUTROS EXAGEROS

Eu sou exagerada. Over-tudo, como os mais atentos já devem ter percebido. Sou mais disfarço bem. Só transparece msm quando escrevo. Pois bem, estejam cientes, parcos e queridos leitores, que o que segue é fruto de mais um surto sem fundamento algum.

Enton, falei dia desses que andei jogando coisas fora mas ainda não tinha me acostumado né? Na verdade são coisas e pessoas que me faziam mal e eu não tinha me dado conta. Dai que vinda de mim - a que sempre deixa pra amanhã o que deveria ter sido feito anteontem - é pra desconfiar atitude tão enérgica e eficaz. Dai que minha vida sempre brinca comigo, e eis que uma dessas criaturas que limei está d-o-e-n-t-e. Que mais seria preciso pra me pesar a consciência? caraleos...

Agora já estou bem convencida de que não é nada tão grave assim, mas ontem passei um dia de cão só de imaginar a remota possibilidade do ser partir pra terra dos pés juntos. (deixa eu me defender: tenho um atenuante pra tamanha infantilidade. Perdi uma prima por conta de uma cardiopatia, e eu não sabia direito o que o sujeito tinha, e pra mim todas as cardiopatias do mundo podem me levar as pessoas que amo. Resultado: velório antes do óbito.)

Se já me dói horrores perder as pessoas pra vida, perder pra morte me dilacera. Me desacata, me desorienta, me mata um cadim. Eu olha que já até me conformei: tudo passa! Pessoas, no bonde. Umas passam e outras chegam, algumas ficam, outras seguem. Pessoas por uma razão, uma estação ou pra vida inteira, lembram do e-mail? E isso é saudável. Ajuda a gente a dar valor a todas, pq no fim das contas não dá pra saber exatamente quais delas a gente vai ter por mais tempo. Fora uma nostalgia inevitável vez ou outra, não mata, né? Isso é o que eu chamo de perder pra vida.

Mas qdo perco alguém pra morte, não me recupero nunca mais. Sangraria ad eternum... Acho que se não fosse ao enterro, passaria o resto da vida dizendo pra mim msma que "fulano está viajando", sabe como? Eu não aprendi a viver o luto. Sigo enganando as lembranças até a coisa doer em paz. Mas c/ a sensação de perda, do "nunca mais poder", das perguntas que não tem resposta aki nesse plano, c/ isso sei lidar não.

ok, o cretino não vai mais morrer. Pelo menos nada indica isso no momento. Voltemos a programação normal. E rápido, que eu já não tenho mais idade pra esses sustos.

merdadesensibilidadequenãoservepranada!

20 setembro 2007

- Estranho é que eu não escolhi. Não consigo precisar o momento em que escolhi. Nem isso, nem qualquer coisa, nem nada. Foram me arrastando. Não houve aquele momento em que você pode decidir se vai em frente, se volta atrás, se vira à esquerda ou à direita. Se houve, não lembro. Tenho a impressão que a vida, as coisas foram me levando. Levando em frente, levando embora, levando aos trancos, de qualquer jeito. Sem se importarem se eu não queria mais ir. Agora olho em volta e não tenho certeza de gostaria mesmo de estar aqui. Só sei que dentro de mim tem uma coisa pronta, esperando acontecer. O problema é que essa coisa talvez dependa de uma outra pessoa para acontecer.

- Toque nela com cuidado. Senão ela foge.

- A coisa ou a pessoa?

- As duas.

[recorte - Pela Noite, Caio Fernando Abreu em "Triângulo das Águas"]

18 setembro 2007

Dai que , tri amada, certifica que o rascunho é um bom momento virtual. Enton tá, né?


Dai que estou na fase II de uma puta ressaca moral: vergonha já passou faz tp e estou cá me lamentando pelo que deixarei de fazer por conta do que fiz e não devia (entendem? hohoho)

Dai que já li quaaaase 4 livros e ainda não sei o que dizer sobre Caio Fernando Abreu. O homem é foda, sem dúvidas, mas seus contos são tristinhos, tristinhos. Eu gosto pq é daquelas coisas que tu tá lendo, tentando acompanhar a viagem e de repente lhe saltam aos olhos uma frase que te sacode, sabe como? E não gosto pq parece que nada tem salvação nesta vida... tsc Ainda assim, tô precisando de mais 2: Morangos Mofados e Pequenas Epifanias. Alguém se habilita?

Dai que tô com saudade de uma certa calçada de Ipanema... de umas certas pessoinhas que amo de um jeito quase inexprimível, de tão gratuito.

Dai que andei jogando tanta coisa fora e embora a casa tenha ficado bem melhor assim, ainda não me acostumei... droga!

Dai que estou pensando em várias coisas mas não consigo ordena-las inteligivelmente...

15 setembro 2007

PERFEIÇÃO


Venha meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão

Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça:
Venha, que o que vem é perfeição




N.A.: Sim, eu vi Som Brasil ontem!!!!

13 setembro 2007

HUMANA, DEMASIADA HUMANA

Sou simples e complicada,
Amorosa e direta

Às vezes acho que nasci no lugar errado
No tempo errado
Na vida de outra pessoa
Às vezes acho que não pertenço a este lugar

Acho que penso demais
Sorrio demais
Choro demais

Sempre prevejo o futuro
Sofro por antecedência
E acho por "bem" adivinhar pensamentos alheios
Tenho mil informações em minha cabeça
Tenho boa memória
Mas muitas vezes estas informações não valem nada
Às vezes gostava de ser mais simples
Contentar-me com pouco

Acho que sei muito
Mas ao fim não sei nada
Tudo que sei não me ajuda a ter soluções

Não sei fingir simpatia
Ser agradável a quem não gosto
Dizer coisas que não sinto

Amo,
Mas não sei se amo certo
Porque dizem que existe um modo certo de amar. Será ?
Todos os dias acordo
E todos os dias acho que recomeço a viver...

Todos os dias...

by Ana D

11 setembro 2007

ORAÇÃO DOS ATORMENTADOS



... Meu Deus, não sou muito forte, não tenho muito além de uma certa fé — não sei se em mim, se numa coisa que chamaria de justiça-cósmica ou a-coerência-final-de-todas-as-coisas. Preciso agora da tua mão sobre a minha cabeça. Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. Que eu continue alerta. Que, se necessário, eu possa ter novamente o impulso do vôo no momento exato. Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor. Que meus olhos saibam continuar se alargando sempre...


Caio Fernando Abreu, em "Ovelhas Negras"

10 setembro 2007

BOAS LEMBRANÇAS

Há tempos que feriado não me afeta em nada, pois meus dias são um longo e preguiçoso sábado... rs Mas enfim, o meu foi overdose de Caio Fernando Abreu + alguns filmes + visitinhas divertidas e inesperadas.

Como não sei o que seria de minhas saudades s/ MSN, domingo de manhã passei a conversar c/ uma das meninas que morou comigo nos bons tempos de faculdade... atualizamos as nossas vidas, desenterramos causos e entre muitas risadas ela me contou que o povo achava que eu era maconheira... hohoho Pelo menos no início. Pq eu ouvia Led, Janis Joplin, Raul, Bob Marley, Rita Lee (mas ouvia TB Falamansa, Beto Guedes, Toquinho & Vinícius e muitas outras coisas) eu tinha uma bolsa escalafobética, vá lá. Tinha também 200 camisetas quinezinhas, variando as cores, tdas apagadinhas como a dona. Mas só. Eita povo que se liga d+ nas aparências... rs

Mas aproveitando tudo fresquinho na cabeça, deixa eu contar uma historinha:

abre parênteses para breve introdução: meu passa-tempo preferido quando estou sozinha, me deslocando de 'algum lugar' pra 'lugar que eu não queria ir' ou 'lugar muito longe' é reparar quem está no caminho. Se for esquisito então, melhor ainda. Fico imaginando como é a vida, o que gosta, que músicas ouve, se podia ser meu amigo... fecha
parênteses

Uma dessas figuras que a gente não esquece nunca mais eu conheci assim, de tanto olhar: o meu mulambo. Digo meu pq só eu reparava, pq amigas no geral não servem pra acompanhar investigações muito longas s/ algum interesse escuso.

Então, levei metade do semestre, mas fiquei amiguinha dele e descobri que é de Niterói, se chama Pedro e que morava há anos no alojamento da faculdade s/ estar matriculado em curso algum. Vendia uns penduricalhos na entrada do refeitório, tocava gaita bem pra caralho e reproduzia c/ color jet em camisas de malha o desenho que vc pedisse. Pra mim ele fez um Calvin gritando "tô c/ sono"... lindim. Aliás, ele tb não era feio não, mas pra concluir isso eu precisei imaginar váaaarias vezes aquele cabelo cortado, aquela barba feita e umas roupas só um cadim menos desbotadas.

Vivia matando estágio pra ficar lá, jogando conversa fora. Pedro era um lord. Descamisado, mas era. Nunca interrompia, olhava nos olhos enquanto falava e principalmente quando escutava, nunca falava alto e se alguém fosse reclamar que o anel enferrujou muito rápido, ele sorria e mandava escolher outro. (vcs tb acham que ele tinha outras fontes de renda?)

Durou o tempo suficiente pra gente se divertir a vera num show do Toquinho que rolou no ginásio (que diga-se de passagem, na minha casa c/ 12 habitantes oficialmente, nenhuma boa alma quis me acompanhar!) e dias depois eu descobrir que ele passava o rodo na mulherada como todos os outros. (é que tenho tendência a imaginar que homens bons de papo, educados e c/ algum talento musical sejam + seletivos... não sei de onde tirei isso!) A gente acabou se perdendo de vista pq eu larguei o estágio e não tinha + nada que justificasse minha presença tempo integral na faculdade. Só ia a noite e era pra assistir aula mesmo. Até morei um tempo no alojamento tb, mas o vi raras vezes e não deu pra conversar direito.

Por onde será que ele anda, hein?!

06 setembro 2007

MAIS UMA...

Sim, queridos, mais uma corrente... o que seria desse rascunho sem Jana pra me passar esses troços? Dessa vez tem que listar 10 coisas que irritam, mas como já andei escrevendo sobre isso (e já prevendo a dificuldade em não me repetir) resolvi dividir, ok? Tai, 5 coisas que me gastam:

N A S P E S S O A S:

Distâncias desnecessárias: falei alguma coisa que doeu? fiz alguma errada? não fiz o que era esperado? ME CONTE, que minha bola de cristal quebrou! Até pra eu poder pedir desculpas.

Futilidade: papinho de salão, sabe como? TV Fama, Revista Caras, coluna social... gente rasa, horizontes estreitos, falsidade.

Papo Monossilábico: se está com preguiça de falar, se despeça (por incrível que pareça há seres neste mundo que não sabem dizer tchau) e vá embora. Se for no MSN, é só dizer que está ocupado e pronto.

Memória Ruim: esquecem de devolver livros e DVD`s, esquecem de responder e-mails/scraps, esquecem de dizer "obrigado", "por favor", "dá licença" etc... esquecem o que ouviram, o que falaram, o que prometeram... aff, detesto tudo isso!

"Não sei": habitualmente não saber me irrita por si só. Mas gente que diz que não sabe por preguiça de pensar e/ou pra não se envolver com o assunto me irrita3

E M M I M:

Objetividade cortante: é automático quase, mas acabo escolhendo o jeito mais claro (e indelicado) de dizer as coisas.

Talento p/ más escolhas: sempre me interesso pelos seres complicados. Tipos estranhos, reticentes e confusos me apetecem mais. tsc

Inconstância: tenho sérias dificuldades com a continuidade... rs No geral, meus sentimentos - bons e maus - são intensos, mas transitórios d+ pro meu gosto.

Racionalismo: preciso aprender que nem sempre as coisas tem explicação razoável, não adianta procurar.

Dificuldade em aceitar as coisas como elas são: vivo pagando de "carpinteiro do universo" por conta disso!

04 setembro 2007

BENDITAS REPRISES!

Revi "Amor Além da Vida" no fds e, além do céu de tinta acrílica - da adorável possibilidade de personalizarmos o nosso - e do inferno como opção pr´os obstinados em não des-culpar, uma frase me agrediu dessa vez:

as vezes quando a gente ganha, a gente perde...
Perder pra ganhar já é um paradoxo relativamente familiar. Até escrevi sobre isso. Mas o oposto, não tinha percebido ainda, mas também é. Semana passada mesmo eu pude constatar - e lamentar com todas as fibras do corpo - que passei meses e meses ganhando em civilidade e cretinamente perdendo em amor próprio... tsc

Não seria nada difícil listar aki algumas vezes que ganhei na argumentação e perdi na delicadeza. Ganhei a piada e perdi o amigo, sabe como? Enquanto escrevo, estou lembrando que numa mesma situação, pelo mesmo motivo, ganhei a confiança de uma pessoa e perdi a de outra. Olha que coisa doida!

Over pensante que sou, impossível não lamentar as vezes que por polidez, respeito, escrúpulo, timidez (e seja lá que nome mais se dê quando a gente não faz o que é pra fazer e ainda paga de educadinho) ou por vergonha, má vontade, orgulho... perdi a oportunidade de fazer algum bem real às outras pessoas. Ou, pelos mesmos motivos, à mim mesma, que afinal de contas eu mereço, né?

E quanto aos caprichos, às "precisâncias" urgentíssimas, que julguei merecer ganhar? Quero nem pensar no que perdi por conta delas... rs

Tá vendo como é bom comprar DVD pirata?

02 setembro 2007

VEM COMIGO!!!!


Bebe a saideira que agora é brincadeira ninguém vai reparar
Já que é festa, que tal uma em particular?
Há dias que eu planejo impressionar você, mas eu fiquei sem assunto
Vem comigo, no caminho eu explico
Vem comigo vai ser divertido, vem comigo
Vem junto comigo eu quero te contaminar
De loucura até a febre acabar
Há dias que eu sonho beijos ao luar
Em ilhas de fantasia
Há dias com azia o remédio é teu mel,
Eu sinto tanto frio, no calor do Rio
Já mandei olhares prometendo o céu
Agora eu quero no grito, vem!!!