É que há alguns meses tenho voltado a Neverland só pra dormir: Peter Pan está de férias e ando brincando de gente grande. Não que eu seja infantil, não mesmo, mas é que à minha pessoa faltavam alguns aspectos mui familiares às outras colegas balzaquianas rs
Dai que entre pequenas e grandes constatações, entre surtos e epifanias, com os dez dedos lambuzados em situações cinestesicamente deliciosas (e moralmente questionáveis tsc) eis que me dou conta de que meu auto domínio está descalibrado. E isso é irremediável.
Meu constante "não saber" tb é irremediável e as respostas que colecionei com algum orgulho durante anos a fio são meias verdades sem efeito placebo. Mas, manda a verdade que se diga, isso chega a ser um alívio. Na rotina de me ser tanto compromisso como a coerência e a precisão deve ter me envelhecido séculos. rs
É irremediável manter um emprego. A maldição é bi-milenar: comerás o pão com o suor do teu rosto. Que tal se render? Muito feio alguém da minha idade impunemente desocupado. tsc
É lamentavelmente irremediável coisas e pessoas que gravitam ao meu redor não serem uma extensão do meu domínio, mas me des-ocupar do que não é da minha conta tem me dado mais tempo pra prestar atenção em mim, nas minhas precisâncias. O que me libera do arquétipo de carpinteiro do universo. \o/ E é igualmente irremediável as pessoas terem ritmos diferentes dos meus e a única constante nas histórias ser o desencontro.
É tristemente irremediável a gente só se dar conta do valor das coisas depois que perde. A parte legal é que qdo alguém TE perde, é pra sempre, sem choro nem vela. Nem fantasmas. (bem, alguns fantasmas, vá lá... de toda forma, há sentimento mais consolador do que a inocência? rs)
...
(Já estou há quase 15 min olhando pra essa tela e não sei como terminar...rs)
Enton... inventário supõe espólio, que supõe morte... hum... talvez essa falta de leveza nos meus rabiscos seja uma espécie de luto... é isso: uma das muitas que me habitam está agonizando e nós outras amotinadas estamos em vigília... talvez essa muerte chiquita cumpra a contento o rito de passagem que todas as outras mortes as quais sobrevivemos nessa vida deveriam seguir: fim de uma coisa, início de outras. Simples e cíclico como deve ser.
(Digam lá se eu não seria uma boa terapeuta? Eu acho que sim!!! Acho msm.)
* 1º livro publicado de Caio Fernando Abreu. Re-editado 25 anos depois e re-batizado: Inventário do Ir-remediável. Passando da fatalidade daquele irremediável (algo melancólico e sem saída!) para ir-remediável, (um trajeto que pode ser consertado?) sic!
Roubei a idéia completa: tanto o título qto o sentido... só espero que meus irremediáveis não comemorem bodas de prata me gastando a beleza. (amém!)
Dai que entre pequenas e grandes constatações, entre surtos e epifanias, com os dez dedos lambuzados em situações cinestesicamente deliciosas (e moralmente questionáveis tsc) eis que me dou conta de que meu auto domínio está descalibrado. E isso é irremediável.
Meu constante "não saber" tb é irremediável e as respostas que colecionei com algum orgulho durante anos a fio são meias verdades sem efeito placebo. Mas, manda a verdade que se diga, isso chega a ser um alívio. Na rotina de me ser tanto compromisso como a coerência e a precisão deve ter me envelhecido séculos. rs
É irremediável manter um emprego. A maldição é bi-milenar: comerás o pão com o suor do teu rosto. Que tal se render? Muito feio alguém da minha idade impunemente desocupado. tsc
É lamentavelmente irremediável coisas e pessoas que gravitam ao meu redor não serem uma extensão do meu domínio, mas me des-ocupar do que não é da minha conta tem me dado mais tempo pra prestar atenção em mim, nas minhas precisâncias. O que me libera do arquétipo de carpinteiro do universo. \o/ E é igualmente irremediável as pessoas terem ritmos diferentes dos meus e a única constante nas histórias ser o desencontro.
É tristemente irremediável a gente só se dar conta do valor das coisas depois que perde. A parte legal é que qdo alguém TE perde, é pra sempre, sem choro nem vela. Nem fantasmas. (bem, alguns fantasmas, vá lá... de toda forma, há sentimento mais consolador do que a inocência? rs)
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(Já estou há quase 15 min olhando pra essa tela e não sei como terminar...rs)
Enton... inventário supõe espólio, que supõe morte... hum... talvez essa falta de leveza nos meus rabiscos seja uma espécie de luto... é isso: uma das muitas que me habitam está agonizando e nós outras amotinadas estamos em vigília... talvez essa muerte chiquita cumpra a contento o rito de passagem que todas as outras mortes as quais sobrevivemos nessa vida deveriam seguir: fim de uma coisa, início de outras. Simples e cíclico como deve ser.
(Digam lá se eu não seria uma boa terapeuta? Eu acho que sim!!! Acho msm.)
* 1º livro publicado de Caio Fernando Abreu. Re-editado 25 anos depois e re-batizado: Inventário do Ir-remediável. Passando da fatalidade daquele irremediável (algo melancólico e sem saída!) para ir-remediável, (um trajeto que pode ser consertado?) sic!
Roubei a idéia completa: tanto o título qto o sentido... só espero que meus irremediáveis não comemorem bodas de prata me gastando a beleza. (amém!)