Dizem que o diabo mora nos detalhes.
M-e-n-t-i-r-a! Deus mora nos detalhes. O diabo mora é no vazio.
Não naquele vazio que Drummond achou que era falta, ausência. Felizmente ele descobriu em tp de nos ensinar que esse era apenas um "estar em si". Não naquele que Nietzsche tomou por companheiro. Não naquele fundamental, transcendente e quase terapêutico que faz a gente se perguntar se Sartre não estaria certo qdo disse que o inferno é o outro...
A casa do diabo é aquele vazio que ocupa td o espaço que a gente dá e ainda nos toma o restinho que sobrou, o que a gente não daria, se pudesse. É o vácuo que responde pelo nome que chamarmos e que se alimenta basicamente do que a gente pensa que é bom, alheio a verdade indigesta de que a vida real quase nunca é tão boa qto a imaginação.
As vezes estar junto é - diabolicamente - uma forma de solidão. Não é um bom álibi se esconder de si msmo no outro!? Isso não é comunhão. Entendo melhor agora o que se passa com a gente... e comigo, perto de mim e sempre tão longe de tudo...
* inspirado numa crônica de Rubens Alves, em " Um Mundo Num Grão de Areia"
7 comentários:
Psicologizado pra cacete.
Sua cara.
Minha cara.
Mas sabe, eu tive que concordar, detalhe é coisa de Deus.
O diabo esta mesmo nesse vazio, que no fim acaba nos atordoando mais... Um vazio que a gente vai deixando e dando pra ele ocupar, no fim é isso, a gente aceita e compartilha isso.
Tu e teu texto que me fazem ficar aqui pensando, pensando, pensando... e depois vômito...
Que vc tenha vazios apenas de estar em si.
Beijos
É algo tão simples que nunca ninguém consegue verbalizar... vc conseguiu... me entender.
Beijos
aquele velho erro de achar que quando nos misturamos em outra alma... podemos ainda nos encontrar... ledo engano... a gente se perde... e se a gete se encontra... não somos mais os mesmos... nunca...
Putz, eu sempre acreditei naquela frase "mente vazia, morada do diabo".. vazio.. vago.. né?
"As vezes estar junto é - diabolicamente - uma forma de solidão. Não é um bom álibi se esconder de si msmo no outro!? Isso não é comunhão. Entendo melhor agora o que se passa com a gente... e comigo, perto demais e sempre tão longe de tudo..."
Isso é a mais pura verdade.. e eu falo sentada aqui da minha posição de quem viveu isso na pele.
Beijos
post pra ser discutido na famosa mesinha de canto que Candice tanto fala....
Quantas vezes entramos e andamos em turma na tentativa de que isso nos complete de alguma forma.
Trocamos abraços, afeto, beijos... e nada disso descontroi o murro que a solidão construiu em volta de nós.
Solidão á dois, á três, á quatro...
Até aprendermos a ordem exata do alfabeto.
Beijos minha joana!!!
Pouqissimas pessoas conseguem entender isso independente de religião...
Hoje eu não tenho vazio algum porque descobri a forma de preencher...
Lindo teu blog, fazia tempo q não vinha aqui...
Abraço!
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