03 setembro 2008

DAY OFF

Gente desocupada não distingue fim de semana dos outros dias. Mais ou menos. Posso dizer que os meus têm sido longos e preguiçosos sábados.

Sá-ba-dos. Nunca domingos, pq domingo não é dia! Quer dizer, até é:

Domingo é dia de moscar.
Dia pra passar de pijama e pantufa. (no caso de ser um dia cinzento, claro!)
Dia de ver vários filmes.
Dia de terminar um livro pra começar outro.
Dia de trajetos bem precisos: da cama pro puf, do puf pro laptop, do laptot de volta pra cama...

As vezes acontece um micro milagre: Uma visita! Gentem, amigo salva um domingo né não?! Mas fora isso que é cada vez mais raro, salvar os domingos não é tarefa das mais fáceis, demanda determinação, quase esforço físico, já que é tããããão mais confortável jiboiar até segunda feira... mas eu, rainha das miudezas, franciscana até, felizmente vivo tendo gratas surpresas dominicais: as vezes é uma das janelinhas verdes piscantes na tela do laptop que me dá uma boa notícia, ou me diz algo gentil, mata minhas saudades ou apenasmente me diverte mesmo (o que é um luxo prum domingo!); as vezes, sozinha e esparramada no meu puf, leio alguma coisa que me agride e tenho o resto do dia - se eu quiser - pra digerir aquilo e procurar palavras que traduzam meu assombro; as vezes alguém inesperado me liga; as vezes eu tô num humor mais maternal e deixo minha sobrinha me tratar como uma de suas bonecas...

Esse domingo foi salvo por um filme. Um documentário, pra ser mais precisa: Janela da Alma. (anos atrasada, de novo!) É sobre nosso conceito equivocado de visão... rs Tem umas sacadas boas, daquelas que de tão óbvias, a gente não pára pra pensar, sabe? Toda aquela coisa de excesso de informação, de como o sentimento influencia a percepção... nada novo mas pelo menos pra mim sempre é a descoberta do fogo. Lá pelas tantas, um dos entrevistados (é entrevistado mesmo que fala?), um fotógrafo completamente cego, me sacudiu com sua acuidade sensorial: ele queria saber como era a letra de uma das moças que fotografou e pediu pra ela assinar o nome na palma de sua mão!!! Simples e delicado. Impossível não me atingir. Segundo o próprio, não vemos mais nada pq impondo-nos imagens prontas, perdemos o olhar interior. Completo eu: perdemos também a perspectiva, o distanciamento necessário, a capacidade de contemplar. (?)

Resultado: Ensaio Sobre a Cegueira de Saramago, subiu de posição no meu ranking de precisâncias e Blindness de Fernando Meirelles, está sendo aguardado com ansiedade por aki.

5 comentários:

Andrea Mentor disse...

Oi Clara... Essa é minha primeira vez por aqui... Te encontrei na Jana, entretanas. E adorei, confesso. O blog, os textos, as mensagens... Voltarei mais vezes!!! E está convidadíssima a visitar o meu. Quanto ao post, não assisti esse documentário - portanto, muuuuuuuito mais desatualizada que vc. Mas já ouvi falar e, sabe o que eu acho?! Que o essencial é realmente invisível aos olhos!!! Beijo grande

Camilinha disse...

eu até gosto do Domingo... o pôr-do-sol é sempre meu estado favorito!!!


beijos daqui...

Jana disse...

eu to mais atrasada, não vi o documentario, mas vc ja disse que eu não ia gostar kkkk

agora Ensaio Sobre a Cegueira eu to loucaaaa pra ver, até porque o livro me fascinou!!

Domgino pra mim é triste, por mais alegre que seja.

beijos

Tania Pimenta disse...

Clara, vi o documentário no cinema já faz um tempinho... e AMEI!!
As entrevistas, os "pontos de vista" de cada um, como vemos e ouvimos coisas sobre as quais nem paramos para pensar e que estão conosco todos os dias...
Ótima dica pro próximo domingo de quem ainda não assistiu!
Beijins

eurídice disse...

como diria o meu vinícius, querida: "domingo é dia que não gosta de ver ninguém bem"... eles precisam ser salvos, de fato, por uma delicadeza qualquer... e eu preciso ver esse doc... como podes ver, sentir-se an retard não é exclusividade tua, tri. saudades demais... e muita falta da nossa calçada... quem sabe se quando nós ficarmos velhas não rola aquele plano sudeste, né? hahahahaha! beijos mis (e lindo domingo amanhã!).