03 junho 2009

E TUA ALMA, TEM PESO DE QUE?

Para ler ao som de Oração ao Tempo, na voz de Bethânia, claro!

Dessa vez o mote foi de Candice, que, não bastando a audácia de confessar que sua alma tem o imaterial peso da solidão no meio de outros inda deixou, especialmente para o meu deleite, reticências em forma de pergunta: - e tua alma, tem peso do quê?

Pois já respondo, tri-amada, que não resisto a uma pergunta, mas antes devo dizer que o texto é antigo, daqueles de status "impublico". Mais um dos que o tempo mitigou toda a acidez... bora lá:

MARCO ZERO

Que lástima um dos meus sentimentos mais ferozes ser tão infértil!

Será que se eu deixasse ele morreria de velho, perdendo a virilidade e a lucidez com o passar do tempo? Ou morreria de desgosto quando topasse com a verdade dos fatos, fora todo o subjetivismo e canhestrice do qual foi vítima? Morreria fulminado por um enfarte, de repente? (essa possibilidade muito me agrada! rs)... tsc o mais perto que já consegui chegar de estar apaixonada (com todas as incoerências inerentes a) e eu preciso enterrar ainda vivo, por absoluta falta de opção!!

Não ser alcançada em meus abismos e labirintos já dói em paz e faz tempo. Cretinamente conformada. Ninguém merece mesmo esses seres densos-e-verborrágicos-e-over-pensantes-e-detalhistas-que-precisam-entender-tudo-sempre. Mea culpa, mea maxima culpa. Dói em paz e eu nem lamento muito.

Bem, eu nunca h-a-v-i-a lamentado muito... hoje, depois de permitir que minha idiotice fosse atestada de novo, eu não só lamento com todas as fibras do corpo como gostaria de, extraordinariamente, ser compreendida. Entende? Eu dizendo "A" e "A" sendo assimilado sem os tradicionais lapsos na comunicação... gastaria todo o meu latim, repetiria 1000 vezes, desenharia, faria qualquer coisa se isso pudesse mudar uma linha que fosse nessa história. Até ontem, só doía lá onde a prepotência me acha perfeita, absoluta, assertiva, irretorquível. Lá, no pedacinho de mim que acredita que quem fala a verdade não merece castigo.

É a 1ª vez que não viver boiando na superfície dos fatos nem confiar no aparente me dói inteira:

dói na alma, numa espécie de presságio por tudo que ainda irei perder por não ser capaz de me contentar apenasmente com o que é, por querer saber a qualquer custo o que pode haver entre um sim e um não;

dói no coração, num luto eterno por tudo que morreu nas mãos inépcias dos que me ouvem sem escutar;

e dói no corpo que, saciando em outros corpos sua sede de pertença, se sente cada dia mais virgem, inóspito.

Não sou eu quem vive buscando inteireza? Pronto, os caquinhos estão todos ai no chão, só juntar e colar agora! rs

Em tempo: lamúrias-pós-enrosco-afetivo, claro. Manda a verdade que se diga que ele - o sentimento - não enfartou nem esclerosou... digamos que já lhe cairam alguns dentes, que anda meio brocha, mas segue numa lucidez diabólica: vezenquando me atentando com a curiosidade inútil de querer saber quando foi que a coisa começou a perder o prumo, vezenquando me adulando, repetindo baixinho que viver é melhor que ser feliz.

5 comentários:

Raphael disse...

digamos que foi uma coisa que eu estava esperando, tipo um vestibular labutar, de uma importante gigante do mercado de combustiveis... se não presencial, o esforço foi em vão... deu pra sacar um pouquinho???

katy disse...

como é que a gente mata essa vontade de se saciar com o outro?!!! por que será que não somos suficientes pra nós mesmos?!!! responde aí clara... me dá um help!!! bjs

* Bela* disse...

Dói demais procuramos por algo tão incerto, tão intenso e tão escasso que as vezes nem nós mesmos sabemos definir o que é.
O problema é que o desejo de alcançar essa vontade insaciável nos mantém nessa longa espera de realizar o que não vemos e sentir o que ainda não sentimos, mas desejamos no corpo,na alma e no coração.

Gostei do blog!
Suas palavras são bem intensas!

=)
Um bjU
[Deixe sua marca no meu blog!]

Unknown disse...

Os caquinhos!! Pode colar, mas sempre vai exisir rachadura!! =(

Bjus

Jana disse...

Eu já comentei por email... então me abstenho aqui, só pra avisar que respondi a indagação...

beijos