22 fevereiro 2011

SOBRE A INTOLERÂNCIA NOSSA DE CADA DIA

Pra ler ao som de Blues da Piedade, Cazuza

Vcs já receberam um e-mail supostamente enviado por uma psicóloga com o assunto "Cazuza, um idiota morto"? Pois dia desses recebi de novo e de novo eu respondi com cópia pra todos. Eu sempre caio nessa tentação rs

Na primeira vez o "fórum" que se formou foi bem mais legal: discutiu-se a formação do senso crítico do expectador. Todo mundo respeitando as opiniões alheias, com argumentação coerente e tal e tudo. Já na segunda, foi decepcionante: a criatura que replicou sequer leu o que escrevi! Saiu cuspindo frases feitas e sem se dar conta acabou repetindo no final EXATAMENTE o que eu já tinha dito. tsc

Eu confesso que sempre me divirto muito nesses debates virtuais! Acho interessante a reação das pessoas quando seus argumentos são contestados. De maneira geral, mudam o rumo do que está em pauta e simplesmente ignoram o que é dito em contrário do que pensam. Acho interessante² quando alguém me mostra alguma coisa que eu não tenha enxergado ainda.

Confesso também que gosto do papel de advogado do diabo. Não só pelo prazer de contrariar, mas também pelo saudável exercício de ver o outro lado, já que todo ponto de vista é apenas a vista de um ponto. Idéias muito cristalizadas me atentam, sabe?

Mas o que eu queria contar mesmo é no que vim pensando na volta do trabalho: que a gente tem dificuldade pra aceitar opiniões divergentes é de domínio público. Humano, ridículo e limitado, mas acontece desde que o mundo é mundo. E precisamos fazer alguma coisa com isso!!!

O mundo árabe suporta regimes totalitários há 30 anos precisamente pq o povo perdeu a capacidade de questionar, de divergir. Atrocidades são cometidas em nome de Alah, mentiras são ensinadas de geração em geração, todos são doutrinados à obediência cega... e não só lá: na Tunísia ou no Irã, em Israel ou na Coreia, na Venezuela ou em Cuba, a desgraça dessas sociedades é a mesma: não poder debater suas idéias, não poder se perguntar 'mas e se não for só isso'?

Acabei concluindo que não precisa se chamar Mohamed qualquer coisa, basta ter uma convicção beeeeem enraizada pra gente - e a começar por mim - tentar roubar dos outros o direito de pensar diferente.

♬ Senhor, piedade!
Nos dê grandeza e pouco de coragem! ♬


2 comentários:

katy disse...

oi clara, tenho horror a intolerância. acho que deve ser porque sempre estou rodeada de pessoas das mais variadas personalidades. gostaria que o mundo fosse mais tolerante!!! bom fim de semana. p.s. não conheço esse e-mail. adoro as músicas do cazuza.

Carol Freitas, disse...

É bem isso aí mesmo. Não se encontra mais a capacidade de divergir com educação e bom senso, por aí.