- Estranho é que eu não escolhi. Não consigo precisar o momento em que escolhi. Nem isso, nem qualquer coisa, nem nada. Foram me arrastando. Não houve aquele momento em que você pode decidir se vai em frente, se volta atrás, se vira à esquerda ou à direita. Se houve, não lembro. Tenho a impressão que a vida, as coisas foram me levando. Levando em frente, levando embora, levando aos trancos, de qualquer jeito. Sem se importarem se eu não queria mais ir. Agora olho em volta e não tenho certeza de gostaria mesmo de estar aqui. Só sei que dentro de mim tem uma coisa pronta, esperando acontecer. O problema é que essa coisa talvez dependa de uma outra pessoa para acontecer.
- Toque nela com cuidado. Senão ela foge.
- A coisa ou a pessoa?
- As duas.
[recorte - Pela Noite, Caio Fernando Abreu em "Triângulo das Águas"]
- Toque nela com cuidado. Senão ela foge.
- A coisa ou a pessoa?
- As duas.
[recorte - Pela Noite, Caio Fernando Abreu em "Triângulo das Águas"]
7 comentários:
humm me lembrou alguém ...
Beijos, lindo post!
cuidado... frágil.
beijos irmã
Até CFAbreu colocava a felcicidade dele em mãos alheias ? Será ? rsrsrs Sorte ! Beijo !
Uhuu vejo que mais uma se rendeu as loucuras de CFA... Mas não é perfeito esse trecho?
Beijos
Incrível como tem textos que a gente olha e diz: "Puxa, eu gostaria de ter escrito isso". Pois é... Caio Fernando Abreu descreveu exatamente como me sinto.
Legal o blog!
kkkkkkkkkkkkkkkkkk...trecho marcado no meu....kkkkkkkkkk.....viu????
nossa, perfeito! e quase sempre acontece assim mesmo! poucas vezes nos dão a chance de escolher. bjs
Postar um comentário