25 julho 2010

DIÁRIO DE VIAGEM CAP IV

ATACAMA x UYUNI

Desde que soube de sua existência, o Salar de Uyuni me instiga: a 3.650m de altitude, são quase 12.000 km² do que em priscas eras já foi um lago. Estima-se 10 bilhões de toneladas de sal. No caminho geysers, lagunas, uma piscina termal e uma ilha de cactus gigantes. Eu pre-ci-sa-va ver isso com meus próprios olhos!

Estava meio cabreira, afinal ia sozinha e os relatos do mochileiros.com de maneira geral diziam que não passar perrengues nessa travessia era questão de sorte. Como Murphy não me larga, melhor não facilitar: optei pela agência mais famosinha e fosse o que Deus quisesse. Não ia mesmo perder essas belezuras todas só pq o jeep poderia quebrar no meio do nada. "São Miguel Arcanjo, com suas asas protegei-me!" e bora lá! 

Pois vale cada um dos 80.000 chilenos que me custou! Não é papo de turista afetado, juro. Como já disse, adjetivos não dão conta  e só restam perguntas - sem respostas: como assim tanta lagoa no meio do deserto? Como assim as patinhas dos flamingos não congelam? Como assim os bichos não se contaminam com os excessos de lítio, potássio, boro e magnésio? Como assim uma ilha de cactus cresce em cima do sal? Como assim esses guias não se perdem?

Não sei onde fiquei mais deslumbrada pq o Salar de Tara tb é indecente mas acho que foram tipos diferentes de abestamento. Pq NADA no deserto se parece.


Os perrengues são os mesmos do Chile: altitude, vento e frio. O bônus boliviano é que no hay água caliente todos los dias! Entonces baño dia si, dia no. Não chegou a ser um transtorno, manda a verdade que se diga: nos viramos muito bem com lencinhos umidecidos. Dois banhos de gato diários é mais do que se espera nessas condições, convenhamos. (0 nariz a essas alturas está avariado, dai que não se sente cheiro de nada. Mas cheiros haviam: dos geysers certamente se volta fedendo a enxofre!)

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