Dai que eu descobri que tenho o coração quinen o da sininho: só cabe uma emoção por vez. rs
Há alguns meses meu mundo era um deserto no frio. Juntei os caquinhos com a discrição habitual e ninguém notou que eu nunca mais seria a mesma. Perdi kgs, cabelos, bom senso e o pouco que ainda restava da vergonha da cara. Ganhei mimos, livros, bons amigos, coisas boas e bizarras pra lembrar (e rachar o bicho de rir tb). Joguei muita coisa fora e a casa ficou beeeeeeem melhor assim. Senti ódio, ardi de vontade, morri de arrepedimento, não coube em mim de felicidade - que, definitivamente, pode ser simples como um aperto de mão. Fui ingênua, fui irresponsável, fui cachorra e fui mto "macho" pra não sucumbir ao medo. Tive a abençoada sensação de estar no lugar certo, na hora certa, fazendo exatamente o que era pra ser feito (e não foram poucas vezes). Me livrei da minha culpa de estimação. Acendi as luzes e (alguns) fantasmas sumiram. Deixei de ser católica e sigo cada dia mais apaixonada por Deus, pelas suas delicadezas do dia a dia, pela constância do Seu amor. Queimei as cartas que não mando e enviei tdas que escrevi. Madrinhei casamento e batizado. Vivi um conto de fadas de alguns dias e fechei um livro aberto há incontáveis anos. Curei e fui curada. Escrevi textos catárticos e dramalhões. Chorei num cantinho ouvindo "pra luzir o dia" e me perguntando se merecia a sorte de um amor tranquilo, desejando com todas as fibras do corpo o meu próprio vilarejo. Aceitei que sou irremediavelmente preto no branco, mas descobri que entre um e outro, posso ser vários tons de cinza. Me viciei em veneno anti monotonia e agora - praticamente abstêmia hohoho - volto a questionar se essas coisas que queimam mas não aquecem podem realmente fazer algum bem real. Achei que estava apaixonada. Até ontem. rs Adorei a novidade e parece-me que vivi tdas as coisas (chatas) inerentes a esse estado de semi demência. Desafortunadamente não durou tempo suficiente pra eu sentir as tais borboletas no estômago, os sininhos tocando e aquilo tudo que há de justificar tanta leseira numa mesma alma.
Mas eu perdi o foco. Queria escrever sobre uma epifania que acabei de ter: estava eu deliciosamente esparramada sobre meu puf, quando pulam na minha frente palavras assim, over pertinentes, para a pessoa que vos escreve duplamente sofrida: frustração e indignação (vide texto mulherzinha abaixo) Gentem, fez-se luz nas minhas trevas! Eu li que a vida sempre acena com trocentas possibilidades, despertando apetite onde havia pouco ou nenhum. Dai que a gente volta e meia (acha que) opta por algo apenasmente por acontecer daquilo estar diante dos olhos. Não necessariamente queremos ou precisamos, mas se torna mais atraente a medida que olhamos. E de atraente pra irresistível só depende do quão carente a gente esteja... mas qual a grande sacada? Antes de sair pinçando as coisas como num self service, o acertado seria se perguntar: Isso ai vai me saciar? O que quero realmente comer?*
E foi assim que constatei que esse surto que me acometeceu não era paixão. Era olho grande só. tsc tsc tsc
Tá bom que eu posso - mais uma vez - estar buscando um paliativo pra minha frustração, como o conceito anestésico de Clarice Lispector para o "quase", lembram? Mas enfim... é isso. Essa criatura não pode me saciar. E embora seja uma delicinha, eu preciso msm é de reeducação alimentar.
_______________________
* citação livre. Clarissa Pinkola, em "Mulheres que Correm com os Lobos"
Há alguns meses meu mundo era um deserto no frio. Juntei os caquinhos com a discrição habitual e ninguém notou que eu nunca mais seria a mesma. Perdi kgs, cabelos, bom senso e o pouco que ainda restava da vergonha da cara. Ganhei mimos, livros, bons amigos, coisas boas e bizarras pra lembrar (e rachar o bicho de rir tb). Joguei muita coisa fora e a casa ficou beeeeeeem melhor assim. Senti ódio, ardi de vontade, morri de arrepedimento, não coube em mim de felicidade - que, definitivamente, pode ser simples como um aperto de mão. Fui ingênua, fui irresponsável, fui cachorra e fui mto "macho" pra não sucumbir ao medo. Tive a abençoada sensação de estar no lugar certo, na hora certa, fazendo exatamente o que era pra ser feito (e não foram poucas vezes). Me livrei da minha culpa de estimação. Acendi as luzes e (alguns) fantasmas sumiram. Deixei de ser católica e sigo cada dia mais apaixonada por Deus, pelas suas delicadezas do dia a dia, pela constância do Seu amor. Queimei as cartas que não mando e enviei tdas que escrevi. Madrinhei casamento e batizado. Vivi um conto de fadas de alguns dias e fechei um livro aberto há incontáveis anos. Curei e fui curada. Escrevi textos catárticos e dramalhões. Chorei num cantinho ouvindo "pra luzir o dia" e me perguntando se merecia a sorte de um amor tranquilo, desejando com todas as fibras do corpo o meu próprio vilarejo. Aceitei que sou irremediavelmente preto no branco, mas descobri que entre um e outro, posso ser vários tons de cinza. Me viciei em veneno anti monotonia e agora - praticamente abstêmia hohoho - volto a questionar se essas coisas que queimam mas não aquecem podem realmente fazer algum bem real. Achei que estava apaixonada. Até ontem. rs Adorei a novidade e parece-me que vivi tdas as coisas (chatas) inerentes a esse estado de semi demência. Desafortunadamente não durou tempo suficiente pra eu sentir as tais borboletas no estômago, os sininhos tocando e aquilo tudo que há de justificar tanta leseira numa mesma alma.
Mas eu perdi o foco. Queria escrever sobre uma epifania que acabei de ter: estava eu deliciosamente esparramada sobre meu puf, quando pulam na minha frente palavras assim, over pertinentes, para a pessoa que vos escreve duplamente sofrida: frustração e indignação (vide texto mulherzinha abaixo) Gentem, fez-se luz nas minhas trevas! Eu li que a vida sempre acena com trocentas possibilidades, despertando apetite onde havia pouco ou nenhum. Dai que a gente volta e meia (acha que) opta por algo apenasmente por acontecer daquilo estar diante dos olhos. Não necessariamente queremos ou precisamos, mas se torna mais atraente a medida que olhamos. E de atraente pra irresistível só depende do quão carente a gente esteja... mas qual a grande sacada? Antes de sair pinçando as coisas como num self service, o acertado seria se perguntar: Isso ai vai me saciar? O que quero realmente comer?*
E foi assim que constatei que esse surto que me acometeceu não era paixão. Era olho grande só. tsc tsc tsc
Tá bom que eu posso - mais uma vez - estar buscando um paliativo pra minha frustração, como o conceito anestésico de Clarice Lispector para o "quase", lembram? Mas enfim... é isso. Essa criatura não pode me saciar. E embora seja uma delicinha, eu preciso msm é de reeducação alimentar.
_______________________
* citação livre. Clarissa Pinkola, em "Mulheres que Correm com os Lobos"
6 comentários:
Há uma enorme vantagem desses sentimentos que vêm um de cada vez: se te ocupam o espaço todo, são intensos e inebriantes, assim... como a vida deveria ser!
Seja responsável pela tua liberdade de ser como tu és! Livre para fazer o que quiser!!!
beijos daqui...
É que existe uma enorme diferença entre vontade de comer, fome e gula...
Beijos.
Até seu blog está cinza;
as possibilidades de tonalidade dessa cor são surpreendentes!
E vão além das 16 que os homens enxergam...
Tá que eu to aqui aos prantos... Ok. Mistura tudo aquilo que tu bem sabe, com o stadinervos+carência+inferno astral+tpm+milhos de coisas... eu choro...
Lindo, divino e perfeito texto, quem sabe um dia eu não consiga me implodir assim...
Enquanto isso eu sigo sem saber se tenho fome ou gula (eu quero o livro logoooooo), eu sigo sem saber de tantas coisas... Quem sabe eu consiga um dia tudo isso...
Beijos
PS: Adorei o novo visu!(tb queria um rsrs)
Eu preciso de gula...
So vontade de comer nao me eh suficiente.
Lindo texto....
Bjo grande!!!
incrível como, sem entender nada, entendi absolutamente tudo o que o texto quis dizer...
quem pára um minuto para pensar fica louco...quem não pára é levado pela loucura...
também estou numa fase crítica...estranha...se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
mariah
Postar um comentário